terça-feira, 24 de junho de 2008

“Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”


Foi a primeira frase que pensei ao cair na VII edição do Circuito Montanholi em Morungaba no sábado dia 21 de junho.
O paulista Paulo Vanzolini é o autor da letra do samba “Volta por cima” de 1962, que ficou famosa na voz do cantor Noite Ilustrada. Vanzolini é médico formado pela Universidade de São Paulo com especialização em zoologia na Universidade de Harvard nos Estados Unidos. Zoólogo mundialmente respeitado por seu trabalho no Instituto Biológico e no Butantã é um dos principais nomes da música popular brasileira, autor da belíssima canção: - Ronda.
Na descida do circuito após o quilometro doze, ultrapassei o Nilton Maia que momentos antes informou que iria parar no décimo quarto quilometro por estar sentindo dores musculares devido ao curso de montanhismo que esta fazendo nos finais de semana. Como meu objetivo era fechar em 1h45, que é a média dos últimos anos (já completei cinco edições, parei em 2005 quando o circuito foi realizado após a Maratona de Roterdã e não estava totalmente recuperado), começaria a imprimir um ritmo mais forte a partir do segundo trecho da prova. O Nilton Maia, solidário como sempre tentou me ajudar na queda mais não era possível fazer nada. Como havia um carro ao nosso lado descendo junto enquanto eu rolava morro abaixo, o que pude fazer foi soltar o corpo e empurrar o chão com a mão esquerda para deslocar meu corpo para a direita e evitar um acidente mais grave. É preciso estar sempre atento, isso é um lema constante no meu dia-a-dia, não sei como caí, não tropecei em nada. De repente esta me ralando nas pedras da estrada de terra. Levantei rápido. Aí vi o estrago que fez, escoriações nos dois joelhos, um buraco na mão esquerda. Hematomas na perna esquerda até altura da bacia. Como dizem os americanos: “no pain, no gain”. Falei para o Nilton seguir em frente. E ele foi até o final, ainda ajudou a Ana Luiza dos Anjos Garcez a completar a prova (ela sempre que parar) e sempre para. Na hora da festa, o Nilton confessou que dedicou a prova para o seu técnico.
Um belíssimo gesto de companheirismo.
A Patrícia Rodrigues Vismara, minha esposa ao me ver na ambulância sendo atendido pelos médicos, ficou preocupadíssima. Pedi a ela para continuar que estava tudo bem. Ela estava em um bom momento da competição, solta, forte e confiante. Principalmente pelos vários treinos específicos realizados nos últimos dois meses para a prova (Campos do Jordão, Guarujá, Aldeia da Serra e também no próprio circuito em Morungaba). Saí da ambulância andando e um dos médicos vinha atrás me acompanhado. Não pensava em completar a prova. Pretendia caminhar até o Sítio Santa Clara e ficar na torcida pelos amigos. A Patrícia deixou de fazer uma excelente prova para ficar ao meu lado. Nesse momento passava a Fernanda Paradizo que acompanhava do carro madrinha fotografando e o José Carlos Romanholi - correndo, ao me ver todo ralado, sujo, gritou para o motorista do carro me pegar e levar para a base do posto médico que estava no Sítio.
A foto acima foi tirada momentos antes do acidente. O carro que estava atrás de nós com o pessoal de marketing do Frigorífico Marba, quase me usou como matéria prima para a produção de presunto (foram eles os primeiros a prestarem socorro e me levar para o posto de atendimento médico no quilometro treze). Como disse o montanhista e corredor Enzo Ebina, seria um “presunto magro”. Brincadeiras à parte, ainda na letra do Paulo Vanzolini – “reconhece a queda e não desanima, levanta sacode a poeira e dá a volta por cima!”.
Agradeço a todos pela manifestação de carinho e aproveito para citar uma mensagem oriental que recebi da Dra. Selma Nakakubo (campeã da primeira edição do Circuito Montanholi em 2002): “Um tombo sempre nos abre os olhos para um outro lado que deixamos de prestar a atenção, depois dele sempre melhorará”.
Quiô-tsuque-tê!

Wanderlei de Oliveira

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Mulheres corredoras – Como tudo começou



Desde que a americana, Kathrine Switzer, correu a Maratona de Boston em 1967, disfarçada de homem, e quebrou o tabu, de que as mulheres “não tinham força e resistência para correr os 42.195 metros", as mulheres não pararam mais de aderir ao movimento de saúde e qualidade de vida, através da caminhada e corrida.

A primeira maratona olímpica feminina foi realizada em 1984, em Los Angeles, e a vencedora foi à norte-americana, Joan Benoit Samuelson.

Tanto Kathrine Switzer, diretora da Avon e criadora do Circuito Mundial de Corridas da Avon, que teve início nos anos 80 e, Joan Benoit Samuelson, empunharam a bandeira de levar avante os benefícios da prática da corrida para as mulheres, com o objetivo de eliminar o sedentarismo e a promover a saúde.

Por vários anos ao redor do mundo, nas principais capitais, foram realizadas a AVON RUNNING, circuito com provas de 10 K de corrida e 5 K de caminhada.

Em 1998, período de maior crescimento da Avon Running mais de 200.000 (duzentas mil) mulheres participaram do evento.

Wanderlei de Oliveira

Duro no treino, fácil na prova!


Assim dizia o tcheco Emil Zatopek, campeão da São Silvestre em 1953, medalha de ouro nos 5, 10 mil metros e na maratona nos Jogos Olímpicos de Helsinque na Finlândia em 1956, sendo o único atleta na história a vencer as três provas em uma mesma olimpíada, além de ser o recordista mundial em mais de vinte ocasiões.

Muita coisa mudou nos últimos 30 anos no que diz respeito à tecnologia como auxílio ao treinamento e competições. Mas a essência dos resultados nas provas é baseada nos princípios naturais: - do treinamento diário com volumes de treino em locais que favoreçam o aumento da taxa de hemoglobina (glóbulos vermelhos) responsável pelo transporte de oxigênio e conseqüentemente maior energia e desempenho nas provas de longa duração; além do treino técnico em pista de atletismo para aprimorar a resistência a velocidade.

Quando um atleta apresenta péssimos resultados em competições é porque ele não realizou sua preparação de forma inteligente, organizada, planejada e de acordo com suas características.Se você se enquadra neste perfil tem que redefinir melhor a sua estratégia na preparação.Jamais, vá para uma prova de longa distância, sem estar devidamente autorizado pelo seu médico, ou mesmo, não tenha passado por exames médicos anteriores.
Não corra o risco de ficar pelo caminho, ou mesmo chegar ao final – literalmente morto.

Wanderlei de Oliveira

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Hábitos dos americanos



Em 1992, estava na cidade de Nova York, nos Estados Unidos para correr a minha segunda maratona (42.195 metros). A prova sempre é realizada aos domingos. Devido ao fuso horário na época de 3 horas a menos, sigo as recomendações dos fisiologistas que pesquisam o corpo humano e chegaram a conclusão de que o organismo precisa de um dia de adaptação para cada hora de fuso. Sendo assim, sempre saio do Brasil na terça-feira para chegar na quarta e ter tempo suficiente para “entrar no fuso”. Com a experiência de várias viagens internacionais em países como Japão, Rússia, África, sempre para competições, procuro chegar com muita antecedência para não ter que dar desculpas que foi o “fuso” que atrapalhou a performance. A primeira coisa que faço é deixar as malas no quarto do hotel e sair para correr. O corpo entra rápido no fuso e seguir o horário local das refeições. Não tem erro!

Outra coisa também importante é durante o vôo, beber muita água e fazer movimentos constantes para evitar o “jet leg” ou inchaço das pernas.

Era uma sexta-feira na fria manhã nova-iorquina. Final de outono. 6 horas. Ninguém na rua. Os termômetros registravam dois graus negativos. A sensação era de bem menos devido ao vento. Saio para correr equipado de running tigh (leg), luva, camiseta de algodão, blusa de moletom, touca (nessa época usava cabelo). A TV Globo fazia uma reportagem para mostrar os hábitos do povo americano, que levanta cedo, pratica esporte no Central Park e depois vai para o trabalho. O Hermano Henning, correspondente internacional da Rede Globo de Televisão, estava com a equipe filmando os poucos corredores que passavam no reservatório, que é um circuito de dois quilômetros em terra ao redor do posto de abastecimento de água de Manhattam. Ele dizia, “estamos aqui no Central Park para mostrar os hábitos dos americanos”. Exatamente nesse momento passei correndo e ele disse, “este aqui é um americano típico”. Essa gravação foi apresentada no Fantástico. Meus familiares quando assistiram acharam engraçada a coincidência.

Coincidência ou não – tanto lá quanto cá, continuo correndo e mantendo este hábito saudável.
No recém lançado filme "Sex and the City" a personagem Charlotte York representada por Kristin Davis, é uma típica corredora novaiorquina, vale conferir.
Keep moving!

Wanderlei de Oliveira

terça-feira, 17 de junho de 2008

Cabeça quente e pé na estrada


São Paulo (SP) – Nos últimos dias, a capital paulista tem registrado temperaturas na casa dos 12 graus às 6 horas da manhã e 20 graus ao meio-dia. Na próxima sexta-feira, dia 20 de junho, entraremos na estação mais fria do ano, o inverno e, alguns cuidados devem ser tomados pelos praticantes da corrida:

Efeito sanfona: no frio o risco de engordar aumenta, devido à ingestão de alimentos de alto teor calórico. Procure manter uma alimentação balanceada, bem parecida com a que você consumiu no verão.

Deixe a preguiça de lado: se você está habituado a se exercitar pela manhã, mas, no frio pensa duas vezes antes de se levantar da cama quente, mantenha a rotina, porém, previna-se contra o frio.

Resistência em alta: todos sabem que a atividade física regular aumenta a resistência orgânica, prevenindo de gripes, osteoporose, doenças cardíacas. Consuma neste período alimentos ricos em vitamina C, como laranja, acerola, mamão papaia, brócolis, morango, kiwi. Vale também reforçar a ingestão de alimentos que contenham vitamina E (potente antioxidante que combate os efeitos dos radicais livres): germe de trigo, amêndoa, gema de ovo.

Proteja o seu corpo: use roupas especiais para o inverno e dê preferência para os tecidos de performance, como os tecidos inteligentes: termo air, suplex, e dri-fit (que mantém a temperatura de seu corpo enquanto você corre e transpira, sem encharcar a camiseta). A região de seu corpo que merece maior atenção é a do peito, por reunir vários órgãos vitais. Mantenha-o sempre protegido. Extremidades, como mãos e pés, também merecem atenção. Proteja-os com luvas e meias especiais. Caso tenha pouca proteção no telhado, use boné de suplex, para não esquentar demais a cabeça. Ao término da corrida troque a roupa molhada por roupas secas de imediato.

Não corra ensacado: os plásticos junto ao corpo elevam demais a temperatura interna, aumentam a sudorese e predispõem à desidratação.

Água fresca: mesmo no inverno se faz necessário a ingestão de água antes durante e após aos exercícios. Mantenha o hábito de se hidratar a cada 20 minutos com 200 ml de água durante a sua corrida diária. Durante o dia, 3 litros de água serão suficientes.

Indoor: se você é daqueles que prefere correr em um lugar sem vento ou frio, com temperatura aclimatizada, o melhor é optar pela esteira. Saiba que ela surgiu com essa finalidade em países como a Finlândia, onde seis meses por ano neva e os outros seis meses faz frio. Como os atletas olímpicos não tinham como treinar ao longo do ano, foram criados a esteira e o frequêncímetro.

Algo especial: Hoje às 6 horas da manhã, os termômetros registravam 7 graus, um dos dias mais frio do ano. Quando me dirigia para o Jardim Botânico, para minha surpresa, vi um corredor de calção e camiseta, suando - cheio de energia. Apesar da escuridão ao redor do Parque do Estado devido à mata atlântica nativa, era possível ver em seu rosto a felicidade por estar vivo - correndo.
Cada vez mais me convenço de que os corredores (as) são seres especiais.

Wanderlei de Oliveira

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Novo recorde na África do Sul


O russo Leonid Shvetsov é o novo recordista da Comrades Marathon prova de 87 quilômetros realizada todo dia 16 de junho (dia da juventude) na África do Sul, há 87 anos.
Shvetsov com 5h24min46seg estabelece a melhor marca para o percurso de subida. Com a vitória no circuito em descida no ano passado onde estabeleceu o recorde em 5h20min49 é o primeiro homem depois do sul-africano Bruce Fordyce a vencer nas duas direções.
Entre as mulheres a russa Elena Nurgalieva vence pela quarta vez (2003, 2004, 2006 e 2008) com 6h14min36. Nurgalieva tem o segundo melhor resultado para o circuito em descida de 6h07min40 (2003) e o recorde em subida com 6h09min24seg estabelecido em 2006.Pontualmente às 5h30 horas da manhã, ao som do canto do galo (que é o sinal de partida), mais de 11 mil corredores largaram de Durban (região litorânea em direção a Pietermaritzburg (cidade do interior da África do Sul).
Sua direção é invertida todos os anos.O tempo limite para completar o trajeto é de 12 horas.

História
Tudo começou no dia 24 de maio de 1921, onde apenas 34 corredores deram início a aventura. O vencedor foi o sul-africano Bill Rowan com 8h59min.Considerada a corrida mais difícil do mundo, Comrades (significa amigos em africâner, um dos onze idiomas oficiais), se destaca pelo duro trajeto de 87 quilômetros, dos quais 84 quilômetros são em subidas.
O sul-africano Bruce Fordyce com 5h24min07, foi o recordista por 21 anos (1986) do circuito em descida. Fordyce é considerado o rei de Comrades e, entrou para a história como o maior vencedor. Foram oito anos seguidos (81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88) e a nona vitória em 1990. O atleta mais famoso a vencer esta prova, foi o cubano naturalizado americano Alberto Salazar, em 1994; tri-campeão da famosa Maratona de Nova Iorque (80, 81 e 82), onde estabeleceu o recorde mundial de 2h08min13, em 1981. Salazar, também venceu a Maratona de Boston em 1982. Atualmente é técnico de cross-country em Portland, nos Estados Unidos.Para o feminino o melhor resultado é da americana Ann Trason, com 5h58min50, estabelecido no ano de 1997 (circuito em descida). Trason, também havia vencido em 1996; por várias vezes foi a vencedora da Western States 100 Mile (160 quilômetros) Endurance Run, nos Estados Unidos e, recordista mundial das 50 milhas (80 quilômetros), 100 milhas e dos 100 quilômetros.

Primeiro brasileiro a completar o percurso
Em 1997 acompanhei o Márcio Milan, diretor do Grupo Pão de Açúcar que aos 48 anos de idade que foi o primeiro brasileiro em 76 anos, a vencer este desafio, concluindo o percurso em 9h55min, média de 6min36 por quilômetro.

Wanderlei de Oliveira

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Geração flex


Há quinze anos as montadoras nacionais apostaram nos carros com motores que consomem álcool e/ou gasolina. O flex. O Brasil, com sua diversidade de riquezas naturais, sai vitorioso na batalha de preservação do meio ambiente e já este ano pode superar a frota de veículos flex dos Estados Unidos. Em 1991, foram os americanos que lançaram esse tipo de automóvel, Com a crise do petróleo e a dependência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), formada pelos países do Golfo Pérsico - Irã, Iraque, Kwait e Arábia. No final de 1975 o governo do Brasil lançava o programa Proálcool, depois da crise do petróleo de 1973. Foi a época em que o piloto de Fórmula 1 Émerson Fittipaldi corria com o Copersucar. É um erro pensar que os carros flex são “bicombustíveis”. Só pode ser qualificado bicombustível um carro abastecido por gás natural ou por gasolina, em que cada veículo tem seu próprio reservatório do combustível específico.
Com a campanha nacional de proibição de venda de bebidas alcoólicas nas rodovias, é comum vermos jovens apostando quem é o mais “fortão” e é capaz de “beber” mais. Mais vodka, mais uísque, mais cerveja, mais cachaça. Vinho é bebida de tiozão. De estômago vazio, isso vira uma bomba. Eles acham que funcionam como energético para impressionar os amigos e as namoradas.Puro engano! O que pode acontecer é destruir a saúde, a vida. Além de dar muita dor de cabeça no dia seguinte.
É também falsa a idéia de que “beber” só um pouquinho – relaxa. O primeiro efeito é a euforia, desinibição. A segunda, depressão falta de coordenação motora, sono e coma alcoólico. Seu uso freqüente degenera vários órgãos do corpo humano, estômago, fígado, coração e cérebro. As doenças mais graves apresentadas são cirrose, gastrite, anemia e úlceras.

Combustível do corredor
Nosso principal combustível, que gera energia e nos leva a correr longas distâncias são os alimentos naturais, frutas, carboidratos e muita água fresca.
70% do corpo humano é composto de água, daí a necessidade de ingerir no mínimo três litros de água por dia, principalmente se for um corredor de longa distância.
Uma forma prática de saber se esta bem hidratado é verificar a cor da sua urina, quanto mais escura, é sinal de pouca água no organismo.

Wanderlei de Oliveira

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Correndo nas nuvens


Em 1982, quando a Nike lançou o Pegasus, fui presenteado com um exemplar pelo triatleta e empresário Flávio Aronis. Desde então me tornei fã do modelo. Acredito ser o único a usar a mesma marca desde então e um dos poucos brasileiros há tantos anos correndo sem interrupções.

Cada par de tênis dura em média 500 quilômetros. Hoje aposentei um Nike Air Pegasus dos nove pares que uso ao longo do ano para treinos de rodagem e dois modelos do Nike Air Vomero 2, que revezo nos treinos de pista e competições. Nos Estados Unidos já foi lançado a versão 3 do Vomero no masculino e feminino.
A função do tênis é absorver o impacto. Para se recuperar de cada treino, eles precisam de 48 horas.
Daí a necessidade de revezá-los.
Ter no mínimo dois pares para rodagem e um par para treinos de qualidade, quem treina apenas quatro vezes por semana. Se treinar todos os dias como eu, são necessários onze pares.

Seus pés, joelhos, coluna, lhe agradecerão.

Nada como correr nas nuvens, já que não dá para voar.

6h05 da manhã. Décimo primeiro dia de junho de 2008. Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, estádio Ícaro de Castro Mello, Centro de Excelência BM&F de Atletismo, Ibirapuera, São Paulo. Completamos aos 1.773 quilômetros, em cento e sessenta e três dias (desde o primeiro dia de janeiro deste ano). A média está em 10,9 quilômetros por dia. O acumulado desde 1966 está em 73.908 quilômetros. Uma volta ao redor da Terra tem 39.840 quilômetros pela linha do Equador. . Faltam apenas 5772 quilômetros para completar duas voltas

Wanderlei de Oliveira

terça-feira, 10 de junho de 2008

Etiópia, tradição de grandes corredores.


Em 1960, o etíope Abebe Bikila, um negro magro, que corria descalço, surpreendeu o mundo quando venceu a Maratona dos Jogos Olímpicos de Roma, com 2h16min02s, recorde mundial na época.

Atualmente, o maior destaque desse país no atletismo internacional é o bicampeão olímpico dos 10.000 metros (Atlanta 96 e Sydney 2000), Haile Gebrselassie, 35, ex-recordista mundial de pista para os 10.000 metros 26min22s75, média de 2min38s por quilômetro, estabelecido em Hengelo, Holanda, no dia 1º de junho de 1998, e para os 5.000 metros, 12min39s36, média de 2min32s por quilômetro, em Helsinque, Finlândia, doze dias depois.

Em 2002, em Doha, no Catar, registrou o recorde mundial dos 10 km em rua, com 27min02s, recebendo um prêmio de 1 milhão de dólares pela conquista. Esta é uma prova especial para poucos convidados que vão de jatinho particular e ficam hospedados no castelo do xeique. Gebrselassie também foi recordista mundial dos 21 K (58min55) estabelecido em Phoenix nos Estados Unidos em janeiro de 2006. Atualmente é o recorde dos 42.195 metros com 2h04min26seg, conquistados em Berlim, no mês de setembro do ano passado.

O título de rei do cross-country pertencia ao queniano Paul Tegat, 38 que foi pentacampeão. O novo rei é Kenenisa Bekele de 25 anos, 1m74 e 66 quilos, que desde 2001 quando ainda era junior, venceu todas as edições do Campeonato Mundial de Cross-Country (6 vezes na categoria adulto). O atleta foi descoberto por Gebreselassie. Bekele foi medalha de ouro nos 10.000 metros (27min05) nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004 e medalha de prata nos 5.000 metros (13min14). Na edição de número 36, realizada no mês de março em Edimburgo na Escócia, Bekele venceu os 12 quilômetros em grama com 34min38. O melhor brasileiro foi Marilson dos Santos com 37min17, na 54a. colocação. A Etiópia foi campeã por equipes.

Surge uma nova estrela
A nova estrela do atletismo etíope é a jovem Tirunesh Dibaba de 23 anos, que no último sábado, dia 07, bateu o recorde mundial nos 5.000 metros feminino em Oslo, na Noruega com o tempo de 14min11seg15milésimos. Ao final da prova declarou que é possível correr mais forte. Na mesma prova, Tirunesh Dibaba estava acompanhada por sua irmã Ejegayehu Dibaba que chegou a liderar a prova na parcial dos 3000 metros com 8min3seg83. Ejegayehu completou os 5.000 metros na terceira colocação com 14min3seg78.

Wanderlei de Oliveira

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Devagar e sempre, até sentir falta


Em 2006, participamos de um workshop para jornalistas sobre “atualização em medicina esportiva”, onde foram abordados vários assuntos relacionados à atividade física. Com a massificação da corrida de rua no Brasil e no mundo, e a constante busca por uma melhor qualidade de vida nas grandes cidades, é comum se ver iniciar a prática esportiva de forma brusca e exagerada. Aproveitamos a oportunidade para fazer uso das sábias palavras do professor doutor Henrique Lederman, “devagar e sempre, até sentir falta”. Lederman, de 60 anos, é professor titular de radiologia da Unifesp – Universidade de São Paulo, Escola Paulista de Medicina, e também maratonista, com participação em seis maratonas internacionais.

Lento e suave
Quando uma pessoa inicia um exercício físico, o organismo sofre transformações no funcionamento para adaptar os órgãos a essa mudança. Coração, pulmões, músculos e circulação passam por modificações que, dependendo dos antecedentes e hábitos, resultarão em maior ou menor eficácia na produção de energia. Essa fase inicial é de fundamental importância para qualquer tipo de atividade física. Para que ocorra uma perfeita adaptação ao exercício, é recomendável que o início da atividade seja lento e suave. Movimentos bruscos e rápidos são contra-indicados nessa fase de ajustes. O aquecimento prepara o atleta fisiológica e até psicologicamente para um evento e pode reduzir as chances de lesão articular e muscular. O processo de aquecimento alonga os músculos e, portanto, permite alcançar um maior comprimento quando uma força é aplicada. Fazem parte desse aquecimento exercícios de alongamento, trotes leves e suaves e exercícios articulares de amplitude (passadas mais largas em um percurso plano e reto). Nesse aquecimento os músculos específicos devem ser utilizados de forma a simular a corrida e a produzir toda a amplitude dos movimentos articulares.

O aquecimento deve ser gradual e suficiente para aumentar a temperatura muscular e central, sem causar fadiga nem reduzir as reservas de energia. É claro que isso varia de pessoa para pessoa. Um bom aquecimento para um atleta olímpico pode levar à exaustão uma pessoa que se exercita por recreação. Se possível, faça uso diário de seu frequêncímetro para o autocontrole de sua freqüência cardíaca (cada pessoa possui um sistema cardiovascular e respiratório - único), assim você terá a certeza de não ir além do necessário (verifique o limiar no resultado de seu exame ergoespirométrico). Nas rodagens, utilizamos o sistema aeróbio (equilíbrio de oxigênio). Nos treinos de ritmo, intervalado, fartlek, o sistema anaeróbio (débito de oxigênio). O segredo do sucesso em competições é o equilíbrio e a eficiência dos sistemas aeróbio e anaeróbio.

Wanderlei de Oliveira

sábado, 7 de junho de 2008

BASTIDORES DA GASTRONOMIA


A corrida além de um excelente esporte, também é cultura, lazer, gastronomia e diversão.
Na belíssima manhã de outono de sábado na cidade turística de Campos do Jordão realizamos o treino de resistência aeróbia. O alongamento foi comandado pela educadora Mônica Peralta, que esta prestes a assumir um novo nome de batismo como mestre de Kundaline Yoga. O grupo formado por várias mulheres, iniciantes e algumas experientes que tiveram a oportunidade de conhecer um dos lugares mais bonitos de Campos do Jordão, considerada a Suíça brasileira. O circuito teve início no Palácio Boa Vista (residência de inverno do Governador de São Paulo) na Avenida Alto da Boa Vista até o Pico do Atalaia (1.900 metros de altitude) e retorno para o Palácio. Os iniciantes caminharam e alternaram corridas lentas em um total de 8 quilômetros. Já os corredores em treinamento fizeram 15 quilômetros como preparação para o VII Circuito Montanholi que será realizado no dia 21 deste mês em Morungaba, interior de São Paulo.

Curiosidades de Campos do Jordão
O Palácio Boa Vista em forma de castelo no estilo Mary Tudor, foi projetado pelo arquiteto Jorge Ptzrembel em 1939, porém, foi inaugurado em 21 de julho de 1964. Sua decoração é feita com mobília antiga, possui valiosas obras de artistas contemporâneos como Portinari, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral e Rebolo, além de pratarias catalogadas, objetos religiosos e raras tapeçarias.

Sopa de romã, dica do maître.
O maître Oswaldo Silveira, 78, autor do livro “Bastidores da Gastronomia”, fez uma narrativa do best seller “Sopa de romã” da editora Jaboticaba. O livro é um romance escrito pela iraniana Marsha Mehran com tradução para o português de Nina Horta, proprietária do buffet Ginger aqui em São Paulo e também autora do best-seller “não é sopa, de 1996 da Companhia de Letras”.Ficou com água na boca? Então aproveite para fazer uma visita ao senhor Oswaldo Silveira de quarta a domingo no chiquérrimo restaurante Charpentier do Hotel Frontenac em Campos do Jordão.
Silveira é pentacampeão dos 10 K da Tribuna de Santos, segundo lugar na Maratona de Nova York em 2007, e foi um dos destaques da Escola de Samba Mocidade Alegre neste carnaval na ala da gastronomia, que reuniu vários chefes famosos.

Truite de La Montagne
Para saborear uma boa truta, não é preciso subir a Serra da Mantiqueira. Há excelentes restaurantes em São Paulo.Mas, para degustar a “truite de la montagne” uma novidade do maitrê somente em Campos do Jordão.O prato de entrada é uma iguaria, truta grelhada ao molho de ervas finas com rúcula, agrião, endívias. Acompanhado de um delicioso vinho branco.Como prato principal, uma outra surpresa: - o risoto dos mestres (arroz italiano, ervilhas, champion, tomate seco, favas).Tivemos a honra de sermos os primeiros a conhecer a mais nova criação do famoso maître.
Très Chic!

Wanderlei de Oliveira

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Paul Tergat um super-atleta


Foram seis participações na Corrida Internacional de São Silvestre que marcaram a história do queniano Paul Tergat na prova mais popular da América Latina. Já na sua estréia, venceu estabelecendo o recorde do percurso, com 43min12s, média de 2min52s, que permanece até hoje. Além de ser o único pentacampeão da corrida mais importante da América Latina, venceu em 1995, 1996, 1998, 1999 e 2000. Foi o segundo colocado em 97, quando foi superado no final da avenida Brigadeiro Luiz Antônio pelo brasileiro Emerson Iser Bem.

Origem humilde: Paul Tergat nasceu no dia 17 de junho de 1969 em Baringo, no Quênia, tem 1,82 metros e 62 quilos. Considerado o rei do cross-country, é pentacampeão mundial da modalidade (prova realizada em circuitos de terra e grama) de 1995 a 1999; foi recordista mundial dos 15 km por duas vezes, em 1994, em La Courneuve, França, com 42min12s, e no ano de 1998, com a passagem dos 15 km durante a prova de 21 km da Stramilano, na Itália, com 42min04s, e dos 10.000 metros em pista com 26min27s85 no dia 22 de agosto de 1997, em Bruxelas, na Bélgica. Por duas vezes foi o medalha de prata nos 10.000 metros nos Jogos Olímpicos, em Atlanta 96 e em Sidney 2000. Já qebrou o recorde mundial dos 20 km, com 56min18s, média de 2min48s por quilômetro, em abril de 1998, e na mesma data nos 21 km da Stramilano, com 59min17s. Já teve também a melhor marca mundial da meia maratona, com 59min06s, média de 2min47s por quilômetro, conquistada na Meia Maratona de Lisboa em 2000.

Descobridor de novos talentos: Hoje morando em Nairóbi, no Quênia, além de manter uma equipe de atletismo com mais de 300 crianças, dedica-se à preparação para provas de maratona, distância para a qual possui a segunda melhor marca da história com 2h04min55s, estabelecida na Maratona de Berlim (2003), marca que perdurou por exatos quatro anos, até ser batida pelo grande rival e amigo de Tergat, o etíope Haile Gebrselassie, que marcou 2h04min36s também em Berlim no mês de setembro de 2007.

Fato histórico: Assim como o etíope Abebe Bikila, medalha de ouro na maratona dos Jogos Olímpicos de Roma em 1960, e Tóquio 64, treinou seu compatriota Mamo Wolde para se sagrar campeão da maratona dos Jogos Olímpicos do México em 1968, Paul Tergat ajudou seu pupilo Robert Cheruiyot, tricampeão da São Silvestre (2002, 2004 e 2007), tetracampeão da Maratona de Boston (2003, 2006, 2007 e 2008), além das vitórias na Maratona de Milão em 2002, Maratona de Chicago em 2006 e na Meia-Maratona de Lisboa também em 2006.

Pensamentos de Paul Tergat
“Eu não trocaria o Brasil por nada. Se tivesse um apartamento aqui, viria sempre. Em muitos lugares, só pensam em negócios. No Brasil, as pessoas sabem curtir a vida.”

“O importante não é vencer o tempo todo, mas estar preparado para vencer e também perder.”

“Recordes existem para serem quebrados.”

Wanderlei de Oliveira

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Lá vêm os quenianos!


Esta simples frase tem assustado muita gente nos últimos anos. Os atletas do Quênia, Robert Cheruiyot, 29, e Alice Timbilili, 24, confirmaram o favoritismo ao vencer a 83ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre. Robert Cheruiyot, que participou pela quinta vez da prova em 2001, na sua estréia, teve uma indisposição estomacal que lhe rendeu apenas a 21ª colocação. Mas uma semana depois, Cheruiyot venceu no Uruguai a Corrida Internacional de San Fernando, prova de 10 km, realizada entre as cidades de Punta Del Leste e Maldonado. Em seu vasto currículo, importantes conquistas, como o tricampeonato da São Silvestre (2002, 2004 e 2007) e o tetracampeonato na Maratona de Boston (2003, 2006, 2007 e 2008), os campeonatos da Maratona de Milão em 2002, da Maratona de Chicago em 2006 e da Meia-Maratona de Lisboa também em 2006. No final de 2007 recebeu o prêmio de 500 mil dólares pela vitória nas cinco principais maratonas do mundo. Seu melhor resultado na distância é de 2h07min14s, na Maratona de Boston de 2006.
Cheruiyot foi descoberto por Paul Tergat e até 2002 recebia ajuda financeira e orientação técnica de Tergat.

A São Silvestre projetou internacionalmente Robert Cheruiyot.

Alice Timbilili
Reservada. Em sua estréia na São Silvestre conquistou com tranqüilidade sua primeira vitória na prova e a simpatia do povo brasileiro. Timbilili tem apenas 24 anos, mas muita experiência. Em 2007 foi vice-campeã da Meia Maratona da Filadélfia nos Estados Unidos, de Saltillo, no México, e terceira em Nova Delhi, na Índia. Em outubro do ano passado no Campeonato Mundial de Corridas de Rua, em Udine na Itália, ficou em nono lugar. Seu melhor resultado nos 21 km é de 1h08min56s, conquistado na Filadélfia.

Quenianos na São Silvestre
Antes da vitoriosa trajetória de Paul Tergat na Corrida Internacional de São Silvestre, os quenianos já tinham brilhado nas ruas de São Paulo. Tudo começou em 1992, com Simon Chemwoyo, que desbancou o bicampeão mexicano Arturo Barrios, vencendo a prova com o tempo de 44min08s. A outra vitória veio no ano seguinte, com a falha do etíope Fita Bayesa, que errou o funil de chegada, proporcionando ao queniano o bicampeonato da competição, com 43min20s, e a primeira vitória feminina com Hellen Kimayio, que é a recordista da prova com 50min26. Outras vitórias no feminino vieram com o bicampeonato de Lydia Cheromey, em 1999 e 2.000.

Paul Tergat, com seis participações na Corrida Internacional de São Silvestre, marcou a história da prova mais popular da América Latina. Já na sua estréia venceu estabelecendo o recorde da prova de 43min12s, média de 2min52s, que permanece até hoje.
Mesmo não estando presente na última São Silvestre, Paul Tergat deixou sua marca através de Robert Cheruiyot, seu companheiro de treino. Em certos momentos, até faz lembrar o grande campeão, pelas suas passadas, biotipo, estilo de corrida, e até mesmo a expressão (olhar fixo), concentração constante, obsessão pela vitória e simpatia.
Além de ser o único pentacampeão da São Silvestre, vencendo em 1995, 1996, 1998, 1999 e 2000, Tergat foi o segundo colocado em 97, quando foi superado no final da avenida Brigadeiro Luís Antônio pelo brasileiro Emerson Iser Bem.
Na 30ª edição da Maratona de Berlim, Alemanha, realizada em setembro de 2003, Paul Tergat, na época com 34 anos, conquistou mais um recorde mundial para a sua longa carreira, o da maratona, com 2h04min55, média de 2min57 por quilômetro.

O segredo do sucesso
A maioria dos atletas nascem em áreas rurais. Quando crianças são obrigadas a ir para a escola correndo, chegando a percorrer mais de 10 km de percurso, entre ida e volta. Assim que os atletas são revelados para o atletismo, a maior motivação passa a ser a vontade de vencer e de divulgar o Quênia para o resto do mundo. Além disso, a maioria das tribos estão localizadas em regiões que superam os 2 mil metros de altitude, o que favorece a melhora do condicionamento físico, com o aumento da taxa de hemoglobina no sangue, responsável pelo transporte de oxigênio, principal fator para o alto rendimento em provas de longa distância.

Porém não basta só talento natural, o verdadeiro segredo do sucesso dos quenianos esta na disciplina diária com que conduzem seus treinos. Chegam a percorrer mais de 200 quilômetros por semana em trilhas, montanha. Os treinos de qualidade em pista são realizados em terra batida.

Wanderlei de Oliveira

terça-feira, 3 de junho de 2008

Após a Maratona de São Paulo - descanse!



Do ponto de vista de saúde existem três fatores importantes que são observados na prática esportiva como auxílio na qualidade de vida: alimentação, adequada ao gasto calórico conforme atividade física, treinamento, de acordo com o atual nível técnico e interesse do praticante, e o descanso.
Mas, como o descanso pode auxiliar no treinamento e na recuperação pós maratona?
Conforme pesquisas apresentadas no 49o. American College of Sports Medicine, em St. Louis - nos Estados Unidos, foi demonstrado como reage o organismo de um atleta que é submetido a provas de longa duração (superiores à 4 horas de esforço).
Quando um atleta participa de uma competição, sua musculatura "sofre" microtraumas - não se preocupem, pois é natural, daí a necessidade das 48 horas de recuperação (este é o tempo que o nosso organismo leva para se recuperar de um esforço mais intenso).
Nos dias que seguem a uma competição como a Maratona de São Paulo, o ideal recomendado pelos médicos fisiologistas, é fazer outras atividades como: alongamentos, natação (de forma relaxante), pedalar em bicicleta ergométrica, massagem, ou mesmo como algumas pessoas preferem - dormir até mais tarde.
Portanto, fica contra indicado, trabalhos com sobrecarga, em academia e corrida em ritmo forte.
Outro fato, apresentado no American College - é que durante o descanso o músculo se fortalece (não confundam sedentarismo - e sim estímulo e recuperação).
Para distâncias como a maratona (42.195 metros), o ideal é um dia de descanso para cada quilometro corrido, e não participar de mais de uma maratona por ano, para evitar o envelhecimento precoce das células.
Quanto maior o tempo de esforço como nas provas de ultramaratona (100 Km ou mais), e o Ironman - 3.8 Km de natação, 180 Km de ciclismo e 42.2 Km de corrida, os cuidados são triplicados, e para a maioria dos mortais é contra indicado pelos médicos especialista em esporte.
Agora se você costuma exagerar na dose, vale a pena estar em dia com o seu seguro saúde, e bom descanso.

Wanderlei de Oliveira

É para frente que se corre!


Parece uma afirmação óbvia vinda de uma pessoa apaixonada pelo atletismo como eu. Meu pai, Olavo de Oliveira, que além de técnico em mecânica, sambista, foi um excelente atleta. Atleta na pura concepção da palavra. Disciplinado. Determinado. Entusiasmado. Vencedor. Não que ele fosse melhor do que os outros. Ele apenas fazia o que planejava. Conquistava seus objetivos.

Se auto-superava.

Em 1966, motivado por ele, iniciei no atletismo em provas de velocidade na distância de 50 metros. Cresci dentro dessa filosofia.
Tenho dentro de mim – essa busca pela evolução. Sempre!
Acredito que sem sacrifícios pessoais não é possível chegar a lugar algum.
Algumas pessoas têm talento – mas não sabem como aprimorar.
Outros têm vontade – esses se transformam em vencedores.
Já vi pessoas correndo de lado, para trás, em zig-zag. Correndo da raia. Correndo das provas. Correndo de teste. Correndo para o abraço.
Isso também me fez lembrar uma passagem nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004 na Maratona quando o alucinado padre irlandês Cornélius Horan invadiu a pista com os braços abertos e derrubou o maratonista brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima. Cordeiro fez jus ao nome. Não reagiu. Não esboçou nenhum gesto obsceno. Apenas se levantou. Sacudiu a poeira e seguiu em frente.Seu gesto de humildade, profissionalismo e espírito olímpico lhe rendeu o título conferido a grandes personalidades do esporte mundial – a medalha de honra do Barão Pierre de Coubertin.

6h05 da manhã. Terceiro dia de junho de 2008. Parque do Estado de São Paulo. Completamos aos 1.703 quilômetros, em cento e cinqüenta e cinco dias (desde o primeiro dia de janeiro deste ano). A média está em 10,9 quilômetros por dia. O acumulado desde 1966 está em 73.838 quilômetros. Uma volta ao redor da Terra tem 39.840 quilômetros pela linha do Equador.

Wanderlei de Oliveira

segunda-feira, 2 de junho de 2008

“Paciência”


Foi assim que Claudir Rodrigues definiu sua vitória na décima quarta edição da Maratona Internacional de São Paulo. Rodrigues que em momento algum era apontado como um dos prováveis vencedores, devido à quantidade de corredores do Quênia presentes no grande evento. Claudir correu de forma consciente, programada e focado no seu objetivo. Passou os 21 quilômetros para 1h08min. Qualidades importantes para um corredor de longa distância. Resultado final: - campeão com 2h17min07seg. Um ótimo resultado para o novo percurso da maratona, com muitas idas e vindas, além das várias subidas ao longo dos 42.195 metros.
Já os quenianos Mutai Kiplemei, Paul Kiplemoi e Mutai Kiprop, foram perseguidos bravamente pelo brasileiro Francisco Barbosa dos Santos, todos lá estavam como “coelhos”, ou marcadores de ritmo. Quem eles estavam puxando, ninguém sabe, pois o ritmo alucinante não era compatível com os resultados das últimas edições da Maratona de São Paulo que oscilam entre 2h16min e 2h20min. No ritmo que eles estavam seriam os vencedores da São Silvestre (15 Km) em que eles passaram para 45 minutos. (O Francisco Barbosa conseguiu segurar até o quilômetro 38 quanto foi ultrapassado por Marcos Antonio Pereira que chegaria à terceira colocação (2h18min09) e o “Chiquinho” na quarta colocação com 2h18min25).
Luiz Carlos Fernandes da Silva, foi uma grata surpresa. Estreante em maratona fez uma corrida crescente, nos últimos dez quilômetros comentou que correu como se estivesse iniciando a prova. Luiz Carlos mora em São Paulo e conhece bem as dificuldades do trajeto, optou por uma corrida cautelosa e deu certo, fechou em 2h17min24, conquistando a segunda colocação.

Baldaia é bi-campeã

A simplicidade da Maria Zeferina Baldaia é contagiante. Festiva como sempre, se ornamentou para a prova pintando suas unhas nas cores da bandeira nacional. Depois da sua vitória na meia-maratona de Stramilano na Itália, se consagrou na Maratona de São Paulo com o bi-campeonato com 2h42min20seg.

Wanderlei de Oliveira