sábado, 31 de janeiro de 2009

Cross-send no Guarujá

Guarujá (SP) – Em 1984 a convite do jovem atleta Marcelo Holcberg, fomos para um treino no Guarujá, litoral de São Paulo, a 82 quilômetros da capital. Nos reuníamos no “centrinho” da praia das Pitangueiras defronte ao prédio onde seus pais, Bernardo e Ivone passavam os finais de semana. Marcelo Holcberg sempre alegre e festivo, dizia antes do treino: “Guarujá Len, Guarujá Tur”, se referindo a concentração de Judeus na praia das Pitangueiras e de Turcos na praia da Enseada. Essa era uma forma de brincar com as comunidades. O Guarujá é de todos os povos. Era comum fazermos 18 quilômetros que é a distancia de ponta a ponta, ida e volta. Enseada são seis quilômetros, Pitangueiras dois quilômetros, Astúrias um quilometro. Para não ficar nenhuma dúvida se as distâncias são corretas entre as praias, fazíamos a subida do “Morro do Maluf”, que separa as praias da Enseada e Pitangueiras, o que da mais 600 metros entre subir e descer. O Marcelo Holcberg hoje vive em Miami nos Estados Unidos, onde é um respeitado técnico de triatlo.

Patinhar à beira-mar
Essa expressão era usada pelo professor Mário Moniz Pereira, técnico do Sporting Club de Lisboa em 1987 quando levava a equipe de atletas para treinar na Praia de Carcavelos próximo a Lisboa, Portugal. Entre eles estavam o recordista mundial dos 10.000 metros em pista Fernando Mamede (27min13) e os irmãos Castros (Domingos e Dionísio) que começavam a despontar como grandes corredores de longa distância.
Corremos na praia, próximo d´água, onde a areia é mais firme, que facilita o deslocamento. O percurso é plano. Diferente de muitas praias de tombo (inclinadas), o que é ruim para tornozelos, bacia, coluna. Se isso não for possível evitar, o melhor é ir e voltar na mesma praia para compensar o equilíbrio e alinhamento do corpo. Depois é claro, temos o direito a um belo banho de mar e sol para recuperar as energias. Praticar o cross-send é uma ótima pedida para melhorar o condicionamento físico e relaxar em contato com a natureza.

362 quilometros em 31 dias
O mês de janeiro de 2009 chega ao fim. Escolhemos a praia para fechar com chave de ouro os 31 dias com 362 quilometros percorridos. A média subiu para 11,7 quilômetros por dia. O acumulado desde 1966 quando iniciei na prática do atletismo esta em 76.500 quilômetros. Uma volta ao redor da Terra tem 39.840 quilômetros pela linha do Equador.

Wanderlei de Oliveira
Foto crédito para Patricia Vismara

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Treinos intervalados ensinam a correr no ritmo

A corrida é uma seqüência da caminhada, e para que ela possa ser executada de uma forma confortável, econômica e ao mesmo tempo eficiente, que faça com que você percorra determinada distância em um menor tempo possível, essa locomoção é devido à ação sincronizada (automatizada) dos gestos de seu corpo.

Com o avanço da medicina esportiva e tecnologia, ao longo dos anos foram desenvolvidos vários métodos de treinamento, aos quais definimos como exercícios de qualidade, e sua função é a de proporcionar ao praticante qualidades físicas essenciais: resistência, força, velocidade, flexibilidade e agilidade.

Estamos na fase de preparação básica. Nessa fase são enfatizadas todas essas qualidades em que o principal objetivo é preparar o organismo para suportar os treinos mais duros.

Hoje pela manhã no Centro de Excelência do Atletismo do Estádio Ícaro de Castro Mello no Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, em São Paulo, realizamos o “interval-training”, que é um método de treinamento idealizado pelo técnico alemão Woldemar Gerschller em 1939. No ano de 1952 Gerschller uni-se ao fisiologista também alemão Herbert Reindell para formularem a concepção científica de treinamento intervalado. As distâncias escolhidas eram de 100, 200 e 400 metros com tempos preestabelecidos, que eram realizadas em pista de atletismo, o intervalo entre as repetições não ultrapassavam aos 90 segundos de pausa ativa (caminhada ou corrida lenta). Este método é utilizado para desenvolver a resistência anaeróbia, resistência aeróbia, resistência muscular localizada, velocidade de deslocamento e força explosiva.

É um treino que exige o máximo do praticante. Por isso, não é recomendado fazer esse trabalho sem uma “base” mínima adequada. Os riscos de contusão são muitos. Um ótimo exemplo do sucesso desse trabalho, quando empregado com planejamento, foi o resultado da Ana Luiza dos Anjos Garcez que correu os 21 K da Disney em 1h32 (como treino de ritmo programado) e quinze dias após em Miami para 1h26, como competição principal. Um detalhe interessante é a disciplina técnica da atleta que na Disney correu sem relógio, exatamente para o tempo sugerido.Vejam outro exemplo e comentário da jornalista Fernanda Paradizo: - "é a primeira vez que corro uma meia maratona tão dentro do ritmo. Não foi intencional...foi sem querer e batia praticamente todas as milhas (1.609 metros) a 7m56s". Observem as parciais à cada cinco quilometros:

Passagens
5 km - 24min55s / 4min55s
10 km - 49min22s / 4min55s
15 km - 1h14min10s / 4min56s
20 km - 1h38min37s / 4min55s
21,1 km - 1h44min18s / 4min56s

O tempo indicado para a Fernanda foi de 1h44min30., ela fez 1h44min18s. Isso sim que é ritmo!

Wanderlei de Oliveira

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Animal é campeã máster também em Miami

A ex-menina de rua Ana Luiza Garcez encerra sua estadia nos Estados Unidos com chave de ouro. Dessa vez, Animal, como é conhecida entre os amigos, foi a campeã máster da Meia maratona de Miami, que aconteceu no domingo, 25 e janeiro. A atleta, que há quinze dias havia faturado o mesmo título na Meia da Disney, finalizou a meia em Miami na excelente 4ª colocação no geral, com o tempo de 1h26min29s.

"Ter conseguido isso é uma grande vitória para mim. Eu sabia que eu estava bem e que eu tinha condições de fazer um bom resultado, mas eu não esperava conseguir ser campeã máster nas duas provas", diz Ana, que ficou emocionada quando ouviu anunciar seu nome pouco antes da chegada. "Foi emocionante. Beijei até o chão quando cruzei a linha de chegada. Adorei a prova em Miami e durmo agora com a cabeça tranquila. É muita responsabilidade sair do Brasil recebendo ajuda das pessoas, dos amigos e apoio de empresas como a Nike, Kamel e a Federação Paulista de Atletismo e saber que todos estavam torcendo muito por mim. Eu tinha que retribuir com um bom resultado", comenta Ana, que confessa ter se sentindo uma celebridade em Miami. "Fui tratada como uma rainha. Participei de toda a programação dos atletas de elite. Nunca imaginei que um dia iria largar numa prova ao lado de quenianos, marroquinos e tantos outros atletas de várias partes do mundo.

"Para a atleta da Run For Life, que volta ao Brasil nesta segunda-feira, o ponto alto da prova de Miami foi poder recepcionar, junto com todos os atletas de elite, as 4 mil crianças que participam de um programa de incentivo ao esporte do ING, patrocinador do evento, na prova infantil de 1,2 milhas que acontece ao final do evento. "Foi bonito ver toda a elite ali reunida, batendo palma, incentivando e ajudando, até todas as crianças cruzarem a linha de chegada. Nunca vi isso em nenhum lugar", conta a atleta, que já diz estar com saudade da Flórida. "Quero estar aqui novamente o ano que vem. Vou ficar contando os dias."

Na prova masculina, outro brasileiro se destacou na prova de Miami. Jose Gutembergue Ferreira foi o 3ª colocado no geral, com o tempo de 1h13min. O atleta liderava a prova com uma distância de 800 mestros para o 2º colocado e se atrapalhou no momento em que a competição divide a meia maratona com a maratona inteira. Ele pegou o caminho errado e acabou perdendo duas posições. Mesmo assim, conseguiu se recuperar a tempo de garantir um lugar no pódio.

Texto e fotos: Fernanda Paradizo que acompanhou a atleta nos Estados Unidos.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

“O número é a Lei do Universo”

Existem várias maneiras de se festejar os 455 anos do aniversário da Cidade de São Paulo, uma delas é correndo. Foi assim que os quase 10 mil corredores resolveram homenagear a famosa e belíssima “Terra da Garoa”.

Pela décima segunda vez fiz parte dessa festa. O cenário principal foi o Parque do Ibirapuera. Inaugurado no dia 21 de agosto de 1954 no IV Centenário de São Paulo, foi lá que meus pais Olavo de Oliveira e Tereza Campos de Oliveira se conheceram. Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e pelo paisagista Roberto Burle Marx, o Parque do Ibirapuera tem uma área total de mais de 1,5 milhão de metros quadrados de verde.

Todas as coisas são números é o que dizia o matemático e místico grego Pitágoras (570 a.C a 496 a.C). O número é a Lei do Universo. E o ser humano tem que estar sempre em evolução É um pensamento atual que pode ser adequado para o atletismo.

O seu resultado em uma competição – é um número. E é isso que você vale. Se quiser evoluir, tem que treinar. Mas treinar, certo, com metodologia, disciplina e focado no seu objetivo. Não existe outro caminho.

Um dos que mais comemorou foi o nosso companheiro de treino Paulo Fernandes, consultor da Companhia de Seguros TRR, aniversariante do dia. Seu tempo de vida hoje chega aos 44 anos. O tempo que ele levou para fazer os 10 quilômetros foi de 45 minutos.

Wanderlei de Oliveira

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Animal: pronta para a Meia de Miami

Depois de conseguir o título de campeã máster na Meia maratona da Disney, no dia 10 de janeiro, Ana Luíza Garcez, a Animal, tenta agora um bom resultado na Meia maratona de Miami, que acontece no próximo domingo, dia 25 de janeiro.
De Orlando, Ana foi direto para Miami, onde ficou hospedada em Miami Beach e seguiu os treinamentos visando sua segunda prova nos Estados Unidos. "Consegui treinar bem, apesar do frio destes três últimos dias, e estou confiante que vou fazer um boa prova. Eu gosto de correr no frio e torço para que esteja essa mesma temperatura no dia", comenta a atleta, que participa nesta sexta-feira, dia 23, da coletiva de imprensa do evento. "Estou contente por chegar o dia da prova. Por outro lado, não queria que esse momento acabasse nunca. Adorei todos estes dias aqui na Flórida", diz a atleta, que correu em parte do percurso da meia maratona e achou o cenário maravilhoso. "Treinei num percurso que depois descobri que fazia parte da prova. Tem uma subida mais pesada no começo, mas não me assusta. Depois, as subidas são mais leves. A prova é praticamente plana e, se o tempo ajudar, vai dar para correr bem aqui."
Ontem, dia 22, Ana Luiza se apresentou ao hotel oficial da prova, o Courtyard by Marriott Hotel Miami Downtown, onde ficará hospedada até dia 26, segunda-feira, quando retorna ao Brasil depois de 18 dias de viagem.

“Meu mundo caiu”

Esta canção, um sucesso na belíssima voz e interpretação da cantora e compositora Maysa, reflete e retrata bem o que é entrar na “fossa”. Não conseguir o que se deseja é triste! Depois não adianta chorar.
Nas principais provas ao redor do mundo, sempre morre um corredor, vítima da falta de cuidados básicos, como: exames periódicos acompanhados por especialistas do esporte, orientação específica para a competição supervisionados por profissionais qualificados, capacitados e com experiência comprovada.
Não é isso que as empresas exigem para contratar um excelente profissional?
No dia 18 de janeiro de 2009 (domingo), no bairro do Cambuci em São Paulo desabou o teto da Igreja Renascer em Cristo. O desastre deixou 9 mortos e mais de 100 feridos, até o momento.
Qual não foi a surpresa do CREA-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo) ao constatar que a empresa responsável pela reforma do templo e troca de telhas do teto não possuía registro no órgão.

Portanto, meu amigo corredor, não seja vítima da incompetência e despreparo de curiosos, aventureiros.

Busque ajuda. Crie novos desafios. Siga o seu caminho com entusiasmo, coragem e determinação.

Wanderlei de Oliveira
Foto crédito: Adriana Marmo

Dicas para o XII Troféu Cidade de São Paulo Carrefour Viver 10 K

Saiba como participar e terminar com segurança os 10 K – Cidade de São Paulo. É só tomar alguns cuidados, principalmente para quem vai participar pela primeira vez.

Um dia antes

· Descanse o máximo possível.
· Alimente-se conforme os hábitos pessoais. Procure evitar alimentos gordurosos (carne bovina, suína, ovos, frituras) e bebidas alcoólicas. Prefira alimentos leves e de fácil digestão. Dê preferência para alimentos ricos em carboidratos (massas em geral, arroz, batata), saladas cruas sem muito tempero, frutas (banana-prata, pêra, maçã, mamão, pêssego, nectarina).
· Beba muito líquido, em especial água natural. Verifique a cor da urina para saber se está bem hidratado. O ideal é que ela esteja bem clara.
· Procure deitar cedo e preparar sua mente, visualizando-se completando o percurso em bom estado físico e feliz por ter vencido o desafio.

Material a ser utilizado

· Opte por tecidos que não retenham o suor, para manter o corpo sempre seco (como Termo-air, CoolMax, Supplex e Dry-fit).
· Nada de estrear tênis no dia da prova. O melhor é correr com um que já esteja em uso, para evitar problemas.
· Use um relógio com cronômetro para controlar seu ritmo logo de início.

No dia D

· Deixe pronta a roupa que vai utilizar, já fixado o número na camisa.
· É recomendável levar um agasalho, camiseta seca, toalha, água e frutas para após a corrida.
· A largada é às 08h00, portanto, faça um desjejum até no máximo 6h00 com suco natural, iogurte ou leite desnatado com cereais tipo corn flakes e sucrilhos, pão integral ou francês com geleia ou mel, banana-prata ou uma maçã. Após a prova, coma uma fruta ou bolachas, que normalmente são distribuídas pela organização da prova no final. Almoce normalmente evitando o excesso de alimentos gordurosos.
· Continue bebendo bastante líquido.

Horário para chegar no local da largada

· Esteja no local da largada no mínimo uma hora antes, às 7h00.
· Inicie os alongamentos 45 minutos antes da largada e depois faça uma corrida de aquecimento de 15 a 20 minutos e logo a seguir algumas retas de 50 metros de amplitude de passadas até 90% de sua capacidade
· Posicione-se no local da largada aproximadamente 5 minutos antes.

Como você deve correr os 10 km

· Ao soar o sinal de largada, inicie a corrida controlando seu ritmo, respeitando seus limites. Deixe os mais apressados o ultrapassarem. O seu objetivo é terminar bem o percurso.
· Beba água em todos postos de abastecimento, mesmo que não sinta sede. Se sobrar água, jogue água na cabeça.
· Para enfrentar as subidas da primeira metade do percurso, movimente os braços com mais energia para cima, paralelo ao corpo, para equilibrar o esforço.
· Quando se aproximar da linha de chegada, levante os braços e olhe para frente. Assim que chegar comemore sua vitória por ter completado e vencido o desafio.

Ao cruzar a linha de chegada

· Caminhe calmamente até o final do funil dirigindo-se a um local de menor concentração de pessoas para se refrescar e se recuperar.
· Faça alongamentos e hidrate-se muito bem.
· Não se esqueça de vestir roupas secas para evitar problemas de saúde, pois o organismo está sensível e debilitado.

Concentração - força – determinação

Boa corrida a todos!!!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

À Deriva

Quando um navio sai do porto, ele parte em direção a algum lugar.
Existe um tempo estipulado para se chegar ao destino.
Quando isto não ocorre, a embarcação fica à deriva.
Perdida.
O cantor Ed Motta na letra de sua música com o mesmo título vislumbra: - “De um rio que não corre mais no seu leito. Vou mergulhar nessas noites mortais. Tudo anda lento...”.
Para não se sentir assim: - melancólico, perdido, sem direção; crie novos desafios. Emagrecer, ganhar condicionamento físico, correr os 15 quilômetros da São Silvestre no dia 31 de dezembro, podem ser alguns dos estímulos para você dar o primeiro passo.
Mas, seja organizado, disciplinado, persistente. Tente. Vá em frente!
Assim, você saberá qual destino seguir em 2009.
Se você sabe aonde que chegar, já terá percorrido metade do caminho.
Corra em busca de seus sonhos.

Wanderlei de Oliveira

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Melhore seu desempenho profissional praticando esportes

Fazer alguma atividade física pode ser uma ótima saída para evitar problemas de saúde. A prática de esportes disciplina as atividades, regra horários e dá mais disposição para trabalhar. Desempenho fraco, lentidão nas decisões e falta de criatividade podem ser resolvidos.
Muitas empresas estão descobrindo que praticar algum tipo de esporte é uma das saídas mais rápidas e eficientes de recobrar a disposição, a agilidade e o vigor físico que a atividade exige.
A carga horária excessiva e a tensão constante em uma empresa desgastam igualmente executivos e funcionários operacionais.
Segundo o médico Renato Lotufo, especializado em medicina esportiva, comprova que em atividades estressantes há um grande nível de ansiedade e um maior número de pessoas obesas, fatores responsáveis pelo aumento de riscos de problemas cardíacos.
Os esportes mais indicados são os aeróbios, como caminhada, corrida, natação ou ciclismo. Os esportes individuais podem trazer gratificação emocional, porque permite uma avaliação exata do seu desempenho, enquanto um esporte coletivo dá margem ao questionamento de suas habilidades.
Lembre-se de que você não é um atleta profissional e, portanto, não saia correndo tudo o que pode hoje, desistindo amanhã. Antes de começar, faça uma consulta a um médico, especializado em esportes ou clínico geral. Ele poderá detectar fatores de risco para orientar algum esporte e contra-indicar outros.
O exercício inadequado pode proporcionar desde problemas musculares até torções sérias de joelho e complicações cardíacas. Os exercícios orientados e acompanhados, por outro lado, fortalecem a musculatura e até diminuem os riscos de infartos.
Optando pela corrida por conta própria, por exemplo, muitos erram na intensidade a ser aplicada. Outro ponto importante diz respeito ao horário escolhido para praticar o esporte desejado. Em princípio não existe restrição.
Pode ser pela manhã, no final da tarde ou até na hora do almoço. Recomenda o Dr. Renato Lotufo que o importante é que o horário não seja “atropelado” por outras obrigações e que sejam tomadas às medidas corretas de hidratação se for em um período de calor intenso.
A prática de alguma atividade esportiva permitirá, de imediato, um bem-estar e uma maior disposição para as atividades diárias. É muito comum executivos que se iniciam em esportes pararem de fumar e passarem a comer e dormir.

Wanderlei de Oliveira
Foto crédito para Fernanda Paradizo

Fique forte e veloz, faça short-hill!

O velocista já nasce. Mas com treinamento técnico adequado é possível melhorar a velocidade.Há muito se questiona os limites do ser humano. Como tudo na vida se transforma, evolui. Assim é o homem.

A cada novo recorde mundial ou pessoal, o limite vai sendo empurrado para frente.Na busca pela evolução, não há limite.A cada início de temporada, observo as pessoas nos treinamentos de biomecânica. A grande maioria, sem coordenação motora, sentido de direção, percepção corporal, sem energia para executar os educativos.

Tudo isso é natural para quem nunca se preocupou em fazer um trabalho para melhorar os movimentos do corpo. Quanto mais relaxado for, maior será o rendimento. E conseqüentemente, menos estresse.

Segundo os monges budistas, um corpo flexível pode durar muitos anos.Um modo especial que encontramos para nos auxiliar nessa busca pela melhoria da técnica são os tiros em rampas. O que antes era feito fora das pistas, agora pode ser feito ao lado dela.

Nesta segunda-feira dia 19 de janeiro, utilizamos a rampa do Centro de Excelência BM&F de Atletismo em São Paulo no Ibirapuera. São 10 metros para tomada de velocidade, 10 metros de inclinação onde trabalhamos ação rápida dos braços e força das pernas; 10 metros plano no topo para soltura, 10 metros em descida com baixa velocidade e mais 10 metros soltando.

Exatamente 50 metros e 45% de inclinação. São exigidos nesse tipo de trabalho, potência, dinâmica, percepção, atenção. Concentração na técnica. Os ganhos são vários: - braços, peitorais, panturrilhas, pernas, glúteos fortes. Além de fortalecer os vários grupos abdominais.

Wanderlei de Oliveira
Foto crédito: Fernanda Paradizo

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A importância do VO2max como indicador de saúde e aptidão física


Aproximadamente no ano de 1770, na França, iniciaram os primeiros estudos sobre a respiração das células humanas. Dentre os principais pesquisadores da época, Antonie Lavoisier, considerado o “pai” da química, demonstrou que o oxigênio era a substância contida no ar responsável pela combustão e, desta forma, estabeleceu o alicerce para a compreensão atual do metabolismo energético humano.

Nos séculos posteriores, mais precisamente em 1910, Marie e August Krogh descobriram que o mecanismo responsável pelas trocas gasosas pulmonares era realizado através do processo de difusão e não pela secreção, conforme se acreditava.

Todos esses achados serviram de suporte para as pesquisas relacionadas ao desempenho físico e para o clássico trabalho de 1923, escrito por Hill e Lupton, ganhadores do prêmio Nobel. Esses autores observaram que o consumo de oxigênio (VO2) aumentava de forma proporcional ao aumento da velocidade de corrida.

Entretanto, em intensidades próximas ao esforço máximo o VO2 tendia a apresentar uma estabilização ou “platô”, mesmo após o aumento da velocidade de corrida, surgindo assim, uma das variáveis fisiológicas mais utilizadas como discriminantes do desempenho esportivo, o VO2max, afirma o pesquisador e professor de educação física Adriano Eduardo Lima Silva

Para o professor doutor Renato Fraga Moreira Lotufo do Centro de Medicina do Esporte foi a partir da década de cinqüenta do século XX, Per-Orlof Astrand, um dos mais renomados cientistas do cenário mundial, descreveu a importância do VO2max como indicador de saúde e aptidão física.
Em geral, pessoas engajadas em exercício com predominância aeróbia (correr, pedalar, nadar) apresentam maior VO2max do que pessoas destreinadas. Por este motivo, um dos pré-requisitos para ter sucesso em provas de longa duração (corridas de meio-fundo, fundo, maratona, ciclismo de rua) é apresentar um VO2max elevado.

Entretanto, pesquisas recentes indicam que outras variáveis fisiológicas aparentam estar mais relacionadas à performance em provas de endurance, levando-nos a conclusão de que o VO2max parece ser apenas uma condição mínima para o desempenho atlético.

Inicialmente, o VO2max era medido através de uma “bolsa” ou “balão” de ar, denominado Bolsa de Douglas, em homenagem ao cientista que popularizou seu uso. Basicamente, este método funciona com a pessoa avaliada expirando parte do ar exalado dentro da Bolsa de Douglas e, em seguida, um analisador de oxigênio e dióxido de carbono determina a composição desse ar.

Atualmente, técnicas mais sofisticadas e computadorizadas são utilizadas nos grandes laboratórios de fisiologia do exercício, permitindo a análise do ar durante cada respiração do avaliado ou atleta, comenta Lotufo.

Para concluir este breve relato da história do VO2max, podemos enfatizar que esta variável foi uma das grandes descobertas da ciência do esporte, porém, muito ainda precisa ser conhecido sobre seus fatores limitantes e sua aplicação no treinamento.

Em geral, a maior parte da população brasileira não tem acesso a medida direta do consumo máximo de oxigênio, recorrendo inevitavelmente, para métodos indiretos menos preciso para sua estimativa.

Wanderlei de Oliveira

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Animal se diverte nos parques depois da vitória

A campeã máster da Meia maratona da Disney não poderia ter escolhido melhor parque para brincar depois da competição do sábado. Ana Luiza Garcez fez questão de ir ao Animal Kingdom. "É uma homenagem que eu quis fazer a mim. Afinal, o parque tem meu apelido", diz Ana, que preferiu ficar só nas atrações mais leves, já que morre de medo das atrações mais radicais, principalmente montanha russa. "Só de olhar me dá pavor. Eu fui em alguns brinquedos em 2007, como a montanha russa do Everest, porque o Adriano Bastos disse que era só um trenzinho. Nunca gritei tanto", lembra Animal, que aproveitou o dia no parque homônimo para mostrar que, como boa brasileira, tem ritmo no pé. "Me esbaldei de dançar com os africanos. Eles me viram e me puxaram para a frente. Depois, elogiaram meu cabelo e disseram que gostam muito da timbalada e do olodum." Ana não saiu do parque sem algo que pudesse guardar e mostrar para os amigos do Brasil. "Comprei um chapelão escrito Animal Kingdom e também um ursinho em forma de mochila, que vai dormir estes dias comigo para me dar sorte em Miami. Será minha inspiração", comenta a atleta, que, apesar da diversão em Orlando, ainda continua seguindo os treinos para chegar ao ápice da sua forma em Miami, onde correrá no dia 25 de janeiro a meia maratona. "Hoje já corri 15 km e estou me sentindo inteira, com energia de sobra para me divertir ainda mais."

Foto e texto: Fernanda Paradizo, jornalista e maratonista que acompanha a Ana Luiza dos Anjos Garcez nos Estados Unidos

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Volta Olímpica, coisa de brasileiro!

Todos sabem que o brasileiro é um povo festivo, alegre, brincalhão. Tudo é motivo para piada. Os nossos patrícios os portugueses que o digam. As piadas mais engraçadas são direcionadas aos lusos. Sem maldade, é claro!

Com esse espírito, um brasileiro, até então desconhecido no mundo esportivo, se tornava campeão olímpico no salto triplo em Helsinque na Finlândia em 1952 com direito a quatro recordes mundiais consecutivos na mesma prova: 16m05, 16m09, 16m12 e 16m22. Para compartilhar com o público que o aplaudia em pé incessantemente pela sua inédita e fantástica conquista – percorreu os 400 metros da pista de atletismo saudando o público. O fato histórico virou um hábito dos medalhistas de ouro. E o seu carisma rendeu um museu em sua homenagem e vários fãs em Helsinque na Finlândia. Adhemar Ferreira da Silva foi descoberto pelo ex-atleta de 400 metros Evald Gomes da Silva, e treinado pelo técnico alemão Dietrich Ulrich Gerner, do São Paulo Futebol Clube. O comendador Evald, mais tarde se tornaria presidente da Federação Paulista de Atletismo (1974 a 1981). Adhemar, sempre tinha uma palavra de incentivo aos jovens atletas. Em 1980, eu trabalhava na Federação Paulista de Atletismo e ajudava o presidente Evald nas reuniões de diretoria e carinhosamente o Adhemar me chamava de secretário. Quando fui convidado para participar da corrida de San Fernando, prova de 10 K em Punta Del Leste no Uruguai em 1996, lá estava o Adhemar Ferreira da Silva que se prontificou em fazer minha inscrição. Na noite anterior a prova me convidou para jantar com ele em um belíssimo restaurante na paradisíaca cidade turística a fim de me entregar o kit da corrida.

Um verdadeiro gentleman!

Adhemar foi poliglota, escultor, professor de educação física, advogado, relações públicas, cantor, Adido Cultural na Embaixada brasileira em Lagos na Nigéria de 1964 a 1967, ator na pela “Orfeu da Conceição” de Vinícius de Moraes e no filme “Orfeu Negro” em 1962, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro. Além de ser o único brasileiro bicampeão olímpico no atletismo na modalidade do salto triplo (1952, Helsinque, Finlândia e 1956, Melburne, Austrália).

Saudades deste grande homem, esportista que faleceu no dia 12 de janeiro de 2001.

Wanderlei de Oliveira

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Animal é campeã máster na Meia da Disney

A ex-menina de rua Ana Luíza dos Anjos Garcez, a Animal, foi campeã máster na Meia maratona da Disney, realizada neste sábado, dia 10 de janeiro, em Orlando. A atleta, de 46 anos, finalizou os 21 km em 1h31min38s e conseguiu o título que escapou das suas mãos em 2007, quando foi a segunda melhor atleta máster na mesma prova e campeã na categoria 40-44 anos depois de liderar a prova por 15 quilômetros. Ana, que foi para a Disney com a estratégia de correr a meia de forma um pouco mais tranquila e progressiva, já que teve sua preparação para a competição prejudicada depois de uma lesão no joelho que a deixou três semanas parada e em tratamento intensivo, cumpriu à risca o que foi determinado pela seu técnico Wanderlei de Oliveira, da Run For Life, mesmo correndo sem relógio. "Não gosto de correr de relógio. Isso me atrapalha. Tentei correr os 5 km bem tranqüila. Comecei a primeira milha um pouco forte e perguntei para dois brasileiros em que ritmo estávamos. Eles me disseram que eu estava fora do ritmo. Diminuí e fui aumentando aos poucos durante a prova. Cheguei inteira", diz a campeã, que passou os 10 km para 44min25s, disputando a primeira posição com a também atleta máster Jacqueline Firth, de 44 anos, da Inglaterra. "Não sabia que ela era da minha categoria. Corri bastante tempo com ela. Na milha 8, eu estava me sentindo bem e fui embora." Em 2007, Ana ficou emocionada ao entrar na metade da prova no Magic Kingdom e ver os personagens da Disney perfilados na porta do Castelo da Cinderala para dar boas-vindas aos corredores. Quando a Fera (da Bela) tocou na sua mão, suas pernas começaram a tremer e demorou um pouco para entrar novamente no ritmo. Foi depois disso que foi ultrapassada e perdeu a liderança na prova. "Dessa vez, foi diferente. Foi muito bonito ver os personagens todos ali, mas não era mais novidade para mim", comenta a atleta, que, mesmo conseguindo se controlar na entrada do castelo, não deixou de ter seu momento de emoção dentro da prova. Logo nas primeiras milhas, ela ultrapassou Dick e Rick Hoyt, pai e filho, que, desde 1980, já finalizaram nada menos do que seis Ironman e 66 maratonas. "Vi os dois na largada e queria muito tirar uma foto com eles, mas não consegui. Quando passei e vi aquela cena daquele senhor correndo e empurrando o filho numa cadeira de rodas, tive vontade de chorar. Percebi o esforço que aquele pai fazia para dar essa alegria ao filho", emociona-se Ana Luiza, que não ficou sem sua foto. Ao final da prova, na cerimônia de premiação da elite, aproveitou a homenagem à dupla e correu em direção aos dois para registrar seu momento com pai e filho, que comemorou exatamente no dia da meia 46 anos de vida, a mesma idade de Ana Luíza. "É uma recordação que quero guardar para sempre. Este pai é um exemplo."A atleta brasileira, que tem o apoio da Kamel Turismo e da Nike e ainda recebeu a ajuda dos amigos da equipe Run For Life e da Federação Paulista de Atletismo para viabilizar sua viagem para o exterior, ainda fica mais 15 dias na Flórida e segue na próxima quarta para Miami, onde participa no dia 25 de janeiro da Meia maratona de Miami. "Quero descansar e aproveitar ao máximo para chegar em Miami e correr na minha melhor forma. Ali não vou aliviar em nada. Vou forte do começo ao fim."

Texto e foto: Fernanda Paradizo, jornalista e maratonista (3h37 em Paris)

Novos caminhos em 2009

Há onze anos, quando a educadora Mônica Peralta iniciou sua preparação para a maratona de Nova York, realizou vários treinos no Horto Florestal, em São Paulo. À medida que as distâncias dos treinos foram aumentando, a levou descobrir novos caminhos. E um deles, ela vem compartilhando com seus amigos, alunos e monges.
É o Parque Estadual da Cantareira, no núcleo Pedra Grande. Um patrimônio mundial de preservação desde 1994, por determinação da UNESCO – Organização das Nações Unidas, que é uma das maiores áreas de mata tropical nativa do mundo situadas dentro da região metropolitana.
No sábado dia 10 de janeiro, o grupo de caminhantes, corredores, amigos e convidados se reuniram às 8 horas da manha na entrada do parque. Após a recepção da Monica Peralta, a nossa ilustre convidada a Monja Coen (missionária oficial da tradição Soto Shu Zen-budismo, responsável pelo Templo Tenzuizenji da Comunidade Zen Budista Zendo Brasil com sede no Pacaembu) fez uma breve explanação do que é a “Caminhada Zen”: - “observem a sua respiração, os movimentos do seu corpo, o pulsar ritmado do seu coração, sintam a brisa, observem os raios do Sol entre as árvores, o canto dos pássaros, as folhas caindo. Essa é uma forma de meditação em movimento”.

Pic-nic na floresta

O nosso guia, pelo terceiro ano consecutivo era o Egídio Gonçalves, profundo conhecedor da reserva. Sempre prestativo e atencioso, observava cada um dos caminhantes. A cada novidade do caminho parava, para contemplar a vegetação típica de floresta tropical. Contemplar os bugios se divertindo pulando de galho em galho. Depois de mais de uma hora por trilhas de mata cerrada, subida, descida, chegamos ao lago das carpas. A Patrícia Vismara, a Anna Cáfaro, a Adriana Marmo, o Bento, seu filho de 8 anos e o Edson Stéfano, popular “maluco” foram os que mais se divertiram jogando pão para os peixes. Já os adultos, mortos de fome, nem queriam esperar a Monja para abençoar os alimentos e devorar a farta cesta de pic-nic que a Dona Mítico Nakatani carregou por todo caminho. Um dos mais gulosos para saber o que a Mítico e a Vera Alice Silva carregavam era o Carlos Cavalcante. Bem alimentados e com as mochilas vazias, estávamos prontos para a última e mais dura etapa do caminho. Chegar ao topo da montanha.

Zazen na Pedra Grande

A 1010 metros de altitude em relação ao nível do mar, chegamos a Pedra Grande. Pausa para contemplarmos a belíssima visão panorâmica da Grande São Paulo.
Conduzidos pelas sábias palavras da Monja Coen nos preparamos para a prática do Zazen (meditação). Antes ela fez uma explanação sobre o Zen: “Ser Zen não é estar à toa, sem fazer nada. Ser Zen é estar presente. Ativo. Participativo. Compromissado”. Ela também comparou a prática do Zazen com o treinamento de um maratonista. “Exige disciplina diária, paciência, persistência. Quando vem o cansaço no quilometro 30, temos que tirar uma força extra de dentro e seguir em frente. Até a linha de chegada. Ter um objetivo definido – é essa força que faz com que você não pare no meio do caminho. O objetivo, a prática, o entusiasmo conduz a vitória”. Lembrou também que este ano no calendário Chinês é o ano do touro: - um animal forte, valente, persistente.



Foram mais de três horas de caminhada e corrida onde pudemos compartilhar, emoções, alegrias, esforço, conhecimento, sabedoria, amizade, energia e o principal: - a natureza.

Wanderlei de Oliveira