quinta-feira, 29 de maio de 2008

Corra com o relógio nas pernas


Esta expressão do português Mário Moniz Pereira ouvi em novembro de 1987 no Estádio José de Alvalade do Sporting Club de Portugal. Moniz Pereira, antes do treino, reuniu seus atletas para explicar o treino que seria realizado naquele dia. Moniz Pereira, 86, é vice-presidente do conselho do Sporting Club de Portugal, foi saltador de triplo, distância e altura na adolescência, é músico, professor, jornalista, escritor e foi técnico de grandes estrelas do atletismo como Carlos Lopes, campeão olímpico e Fernando Mamede, ex-recordista mundial dos 10.000 metros. Correr com o relógio nas pernas simboliza bem o sentido exato de se ter a noção do ritmo que se pretende desenvolver em uma competição. Cada vez mais fica evidenciado que o atletismo, em especial as provas de longa distância, é para pessoas organizadas, determinadas, disciplinadas, que sabem conduzir o treino com inteligência.

Paciência, para no momento certo imprimir ritmos mais fortes.

O melhor indicativo de sua atual condição física: sempre será o seu desempenho nos treinos.Lembre-se: "O que faz parar é o ritmo forte e não a distância”.

Wanderlei de Oliveira

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Velocidade


O velocista já nasce. Mas com treinamento técnico adequado é possível melhorar a velocidade.
Há muito se questiona os limites do ser humano. Como tudo na vida se transforma, evolui. Assim é o homem.
A cada novo recorde mundial ou pessoal, o limite vai sendo empurrado para frente.
Na busca pela evolução, não há limite.
A cada início de temporada, observo as pessoas nos treinamentos de biomecânica. A grande maioria, sem coordenação motora, sentido de direção, percepção corporal, sem energia para executar os educativos.
Tudo isso é natural para quem nunca se preocupou em fazer um trabalho para melhorar os movimentos do corpo. Quanto mais relaxado for, maior será o rendimento. E conseqüentemente, menos estresse. Segundo os monges budistas, um corpo flexível pode durar muitos anos.
Um modo especial que encontramos para nos auxiliar nessa busca pela melhoria da técnica são os tiros em rampas. O que antes era feito fora das pistas, agora pode ser feito ao lado dela. Utilizamos a rampa do Centro de Excelência BM&F de Atletismo em São Paulo no Ibirapuera. São 10 metros para tomada de velocidade, 10 metros de inclinação onde trabalhamos ação rápida dos braços e força das pernas; 10 metros plano no topo para soltura, 10 metros em descida com baixa velocidade e mais 10 metros soltando.
Exatamente 50 metros e 45% de inclinação. São exigidos nesse tipo de trabalho, potência, dinâmica, percepção, atenção. Concentração na técnica. Os ganhos são vários: - braços, peitorais, panturrilhas, pernas, glúteos fortes. Além de fortalecer os vários grupos abdominais.
O recorde atual dos 100 metros rasos masculino pertence ao jamaicano Asafa Powell, de 26 anos com o excepcional tempo de 9seg74, estabelecido em 9 de setembro do ano passado em Rieti na Itália.
Em tempo, vejam o complemento desta matéria no artigo escrito pelo jornalista e corredor Arnaldo de Sousa onde ele questiona a possibilidade do recorde mundial dos 100 metros ser quebrado em Pequim no site http://www.runforlife.com.br/

Wanderlei de Oliveira

terça-feira, 27 de maio de 2008

Sol Nascente


Os monges e mestres de yoga sempre preconizaram que a hora mais rica em energia vital, prana é quando nasce o Sol.

Há muitos anos, quando conheci um mestre indiano que me iniciou na prática do Yoga e também me ensinou o suco antioxidante, comecei a praticar a “Saudação ao Sol”.

Como acordo diariamente às 4 horas da manhã, tenho o hábito de realizar uma das seqüências da saudação ao Sol. São nove posturas ou ásanas, que estimula a respiração com a troca do ar retido nos pulmões durante o sono pelo ar puro da manhã – rico em oxigênio (prana). Os exercícios são energizantes, ativam a circulação e nos deixa forte para o dia-a-dia.

Hoje presenciei uma das mais lindas manhãs de outono. Céu azul. Quando o Sol nasceu às 6 horas e 49 minutos vi seus primeiros raios por entre as árvores próximas a nascente do Ipiranga na reserva de mata atlântica do Parque do Estado em São Paulo.

Foi um momento mágico. Rico em energia.

5h59 da manhã. Vigésimo sétimo dia de maio de 2008. Parque do Estado de São Paulo. Chego aos 1.627 quilômetros, em cento e quarenta e oito dias (desde o primeiro dia de janeiro deste ano). A média está em 11,4 quilômetros por dia. O acumulado desde 1966 está em 73.762 quilômetros. Uma volta ao redor da Terra tem 39.840 quilômetros pela linha do Equador.

Wanderlei de Oliveira

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Cross-send no Guarujá


Guarujá (SP) – Em 1984 a convite do jovem atleta Marcelo Holcberg, fomos para um treino no Guarujá, litoral de São Paulo, a 82 quilômetros da capital. Nos reuníamos no “centrinho” da praia das Pitangueiras defronte ao prédio onde seus pais, Bernardo e Ivone passavam os finais de semana. Marcelo Holcberg sempre alegre e festivo, dizia antes do treino: “Guarujá Len, Guarujá Tur”, se referindo a concentração de Judeus na praia das Pitangueiras e de Turcos na praia da Enseada. Essa era uma forma de brincar com as comunidades. O Guarujá é de todos os povos. Era comum fazermos 18 quilômetros que é a distancia de ponta a ponta, ida e volta. Enseada são seis quilômetros, Pitangueiras dois quilômetros, Astúrias um quilometro. Para não ficar nenhuma dúvida se as distâncias são corretas entre as praias, fazíamos a subida do “Morro do Maluf”, que separa as praias da Enseada e Pitangueiras, o que da mais 600 metros entre subir e descer. O Marcelo Holcberg hoje vive em Miami nos Estados Unidos, onde é um respeitado técnico de triatlo.

Patinhar à beira-mar
Essa expressão era usada pelo professor Mário Moniz Pereira, técnico do Sporting Club de Lisboa em 1987 quando levava a equipe de atletas para treinar na Praia de Carcavelos próximo a Lisboa, Portugal. Entre eles estavam o recordista mundial dos 10.000 metros em pista Fernando Mamede (27min13) e os irmãos Castros (Domingos e Dionísio) que começavam a despontar como grandes corredores de longa distância.
A Patrícia Vismara e eu fizemos os mesmo. Corremos na praia, próximo d´água, onde a areia é mais firme, que facilita o deslocamento. O percurso é plano. Diferente de muitas praias de tombo (inclinadas), o que é ruim para tornozelos, bacia, coluna. Se isso não for possível evitar, o melhor é ir e voltar na mesma praia para compensar o equilíbrio e alinhamento do corpo. Encontramos vários amigos correndo, o maratonista e designer de jóias João Carlos Ambrosano na praia das Pitangueiras. A jornalista Karine César e o Reinaldo Urias na praia da Enseada. Depois é claro, temos o direito a um belo banho de mar e sol para recuperar as energias. Praticar o cross-send é uma ótima pedida para melhorar o condicionamento físico e relaxar em contato com a natureza.

Wanderlei de Oliveira

Treinos intervalados


A corrida é uma seqüência da caminhada, e para que ela possa ser executada de uma forma confortável, econômica e ao mesmo tempo eficiente, que faça com que você percorra determinada distância em um menor tempo possível, essa locomoção é devido à ação sincronizada (automatizada) dos gestos de seu corpo.

Com o avanço da medicina esportiva e tecnologia, ao longo dos anos foram desenvolvidos vários métodos de treinamento, aos quais definimos como exercícios de qualidade, e sua função é a de proporcionar ao praticante qualidades físicas essenciais: resistência, força, velocidade, flexibilidade e agilidade.

Após a fase de preparação básica em que foram enfatizadas todas essas qualidades em que o principal objetivo é preparar o organismo para suportar os treinos mais duros.

Iniciamos hoje o “interval-training”, que é um método de treinamento idealizado pelo técnico alemão Woldemar Gerschller em 1939. No ano de 1952 Gerschller uni-se ao fisiologista também alemão Herbert Reindell para formularem a concepção científica de treinamento intervalado. As distâncias escolhidas eram de 100, 200 e 400 metros com tempos preestabelecidos, que eram realizadas em pista de atletismo, o intervalo entre as repetições não ultrapassavam aos 90 segundos de pausa ativa (caminhada ou corrida lenta). Este método é utilizado para desenvolver a resistência anaeróbia, resistência aeróbia, resistência muscular localizada, velocidade de deslocamento e força explosiva.

É um treino que exige o máximo do praticante. Por isso, não é recomendado fazer esse trabalho sem uma “base” mínima adequada. Os riscos de contusão são muitos.

Wanderlei de Oliveira

Chapéu


A palavra chapéu tem origem no latim “cappa” ou “capucho” e significa peça usada para cobrir a cabeça. No Egito antigo (4.000 antes de Cristo), já usavam faixas para prender o cabelo e proteger a cabeça.

Foi a coqueluche dos anos 50, 60. Reis, rainhas, presidentes, poetas, compositores, todos ao seu estilo, usavam. Não esta em desuso, ao contrário, é possível usa-los em ocasiões especiais. O boné é usado por esportivas, cantores de hip-hop.

Na última sexta-feira, dia 23, foi lançado o filme Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, estrelado pelo ator norte-americano Harrison Ford, 65 anos. Quem não se lembra das perseguições, saltos, quedas em precipícios do personagem – sem deixar cair o chapéu?

Mas que o isso tem haver com o atletismo?
“Levar um chapéu” é uma expressão usada quando um corredor coloca uma volta de vantagem na pista em outro atleta.

Não é um demérito. Levar um chapéu de um grande atleta significa que você esta em excelente forma física.

Foi o que aconteceu no Grande Prêmio São Paulo de Atletismo realizado na quinta-feira dia 22, na pista de atletismo do Estádio Ícaro de Castro Mello, quando a corredora Fabiana Cristine da Silva ultrapassou a última colocada nos 5.000 metros.

Wanderlei de Oliveira

sexta-feira, 23 de maio de 2008

O valor de um técnico


O verdadeiro técnico planeja, estuda, participa, pratica.

Esta sempre ao lado de seus atletas, orientando, aconselhando, motivando.

O verdadeiro técnico, você nunca irá encontra-lo, pois é ele que vai ao seu encontro.

Ele tem o poder de transformar ferro em ouro, é um alquimista.

O verdadeiro técnico sabe cobrar, exigir, tirar o máximo de você.

Sem você perceber e achar o máximo em poder fazer o que ele pede.

O verdadeiro técnico se confunde no meio dos atletas.

É discreto, fala pouco.

Seus gestos são comedidos, pensados.

O verdadeiro técnico sabe o que faz para seus atletas.É paciente. Porque sabe onde quer chegar.

O verdadeiro técnico irá lapidá-lo e transforma-lo no mais puro diamante.

Realizar seus sonhos. Isto não tem preço.

O Élson Miranda de Souza, 43 anos, técnico do Clube de Atletismo BM&F é o responsável pela evolução do salto com vara no Brasil. É só ver os resultados de seus atletas, principalmente da Fabiana Muher. Miranda foi e é atleta. Em um treino especial ou competição é confundido com os participantes. Ele soube transformar uma modalidade desprestigiada em nosso país no principal destaque do atletismo internacional.

Fabiana Muher é a atual recordista da modalidade com 4m70. No Grande Prêmio de Atletismo realizado nesta quinta-feira dia 22 de maio, em São Paulo no Estádio Ícaro de Castro Mello, foi a vencedora com 4m60.

Para o verdadeiro técnico, são os resultados de seus atletas que deve aparecer.

Pensamento oriental: “não existe um mau aluno, mas um péssimo professor”.

Wanderlei de Oliveira

AUTODETERMINAÇÃO


Eduard Deci e Richard Ryan são professores do departamento de Clínica e Ciências Sociais em Psicologia da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos. Eles criaram em 1980 a “teoria da autodeterminação”.Essa teoria é baseada no comportamento humano.
São classificadas três necessidades psicológicas primárias e universais: autonomia, capacidade, relação social.O filme “Poder além da vida” sintetiza bem essa teoria. Reflexões sobre o cotidiano. Preconceitos. Medos. O ginasta retratado no episódio vivencia esses conflitos. A autonomia é a autodeterminação de superar suas deficiências. Capacidade é enfrentar os problemas, preparar-se para atingir seu objetivo. E a relação social é saber lidar com tudo isso e conviver com seus companheiros de treino, sem julgá-los.O segredo é a motivação.Gostar do que faz já é um passo para o sucesso.A cada manhã, foque seus objetivos. Isso manterá você motivado, determinado para chegar onde deseja.

Um dos fatores mais importantes para o “sucesso na corrida não é o corpo, mas a mente”.

Wanderlei de Oliveira

Corredor de Lua


Não pensem que foi digitado errado o título deste post ou que estou ficando “maluco” por correr diariamente como muitos pensam a respeito dos corredores de longa distância. Nem tão pouco com a “síndrome do Cebolinha”, personagem criado por Maurício de Sousa, que troca o “r” pelo “l”.
Hoje ao entrar no Parque do Estado em São Paulo, presenciei uma das mais belas cenas que já vi. Era 6h11, a Lua Cheia refletia uma luminosidade especial. Enquanto contemplava a sua beleza, uma garça que saiu do lago formado pela nascente do Ipiranga cruza o céu passando à frente da Lua.

A corrida pode fazer você ficar mais inteligente
Uma pesquisa apresentada na reunião anual da International Society For Neuroscience (Sociedade Internacional para Neurociência) em dezembro de 2006, indica que os exercícios regulares geram "melhora significante na memória e outras habilidades mentais, também conhecidas como função cognitiva". "Essas melhoras, entretanto, diminuíram quando os corredores pararam o treinamento, o que sugere que exercícios contínuos são necessários para que se mantenha o beneficio”, disse o autor do estudo, dr. Kisou Kubota, da Nihon Fukushi University, em Handa, Japão.

5h49 da manhã. Vigésimo segundo dia de maio de 2008. Parque do Estado de São Paulo. Completamos 1.627 quilômetros, em cento e quarenta e três dias (desde o primeiro dia de janeiro deste ano). A média está em 11,3 quilômetros por dia. O acumulado desde 1966 está em 73.692 quilômetros. Uma volta ao redor da Terra tem 39.840 quilômetros pela linha do Equador.

Wanderlei de Oliveira

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Cura pela grama


Na medicina alternativa existem vários tipos de curas. Uma das mais famosas é a cura pela água. Faça o teste. Ingira de 2 a 3 litros de água pura ao longo do dia e verá como poderá curar muito dos seus problemas. Dor de cabeça e prisão de ventre são as principais. Comece já!

Você já deve ter observado seu cão quando esta enjoado e não quer comer ração, só toma água. O único alimento que seu organismo aceita é – a grama. Não estou sugerindo que faça o mesmo que seu cão. Mas, a grama também pode ser uma alternativa para a cura de muitas dores nas pernas dos corredores de longa distancia.

Estudos recentes apresentados no American College Sports of Medicine, demonstram que o piso gramado pode reduzir em até 80% o impacto das passadas durante a corrida. Nos Estados Unidos, os atletas de elite fazem seu aquecimento (warm-up) antes dos treinos de pista, em uma outra pista de grama, construída especialmente para este fim.

O piso gramado, por ser macio, favorece o fortalecimento das pernas. Já o piso de asfalto, devido ao solo duro, predispõe o corredor à micro lesões, podendo até comprometer o seu futuro.

Asfalto, só para competições ou treinos específicos de ritmo, mas com tênis bem acolchoado. Saiba que muito treino em asfalto pode lhe deixar lento e com a musculatura atrofiada (encurtada), devido aos movimentos repetitivos.

Fique atento se estiver acima do seu peso ideal, mesmo que seja "apenas 5 quilos", opte por correr em grama, para evitar o risco de uma sobrecarga nos joelhos e coluna.Após uma competição em prova pedestre (asfalto), faça a sua recuperação em grama e sinta o alívio que este tipo de piso lhe proporcionará para a musculatura de suas pernas.Outro fato interessante, quando se corre no piso gramado, há uma tendência a reduzir o ritmo, o que é ótimo para a melhoria do sistema cardiorespiratório, queima de gordura e ganho de resistência.

Escolha um piso gramado e boas corridas.

Wanderlei de Oliveira

terça-feira, 20 de maio de 2008

Corrida Zen, Filosofia de Vida


4 horas da manhã. Antes de o galo cantar pela segunda vez, levanto. Faço a seqüência do “Súrya Namaskára”, saudação ao Sol e o Zazen (meditação). Às 5 horas tomo o suco antioxidante, batizado de “poderoso” pela revista Boa Forma deste mês. Depois vem a vitamina energética. Um breve descanso após o desjejum em que aproveito para ler algumas páginas de um livro, antes de iniciar os alongamentos. Pronto. Saio para correr.


Em 1966 iniciei na pratica do atletismo por incentivo de meu pai. Mas foi somente em 1980 que comecei com essa rotina diária que dura até hoje. Nessa época trabalhava na Federação Paulista de Atletismo onde tive vários mestres, o comendador Evald Gomes da Silva, presidente da Federação, sabia tudo e mais um pouco desse esporte maravilhoso que é o atletismo. O Deodato Menici, um senhor bravo, exigente, de poucas palavras, um sábio. O professor Oswaldo Valdemir Pizani, habilidoso em lidar com o ser humano, profundo conhecedor das regras do atletismo. O português José Clemente Gonçalves, que editou o anuário de atletismo, um árduo trabalho de pesquisa. Com ele aprendi a ser estatístico. O senhor Paulo Ishigami, com paciência oriental era capaz de organizar um grande evento com excelente qualidade técnica. O coronel do exército Quirino Carneiro Rennó, rigoroso com a disciplina de seus alunos e atletas, para ele “hora é hora, nunca antes nem depois”. Mas com quem eu passava mais tempo era com o Ivo de Pádua Sallowicz, atleta que em 1933 igualou o recorde mundial dos 100 metros em pista de carvão (10.3 segundos). Juiz de partida em todas as provas conhecia a malandragem de todos os atletas. Polêmico, engraçado e maloqueiro. Não estava nem aí para o que os outros pensavam, o que importava para ele era se divertir – ser feliz.


O que isso me trouxe: conhecimento, inspiração, energia, vitalidade, amigos, viagens. Trabalhei em Portugal. Corri as Maratonas de Nova York, Paris, Roterdã, Chicago. Conheci a Rússia, Japão, África. Conheci minha esposa na pista de atletismo.Até onde quero chegar. Não sei! O que sei é que um dos meus sonhos é ver todo mundo bem, saudável – correndo.


5h51 da manhã
. Vigésimo dia de maio de 2008. Parque do Estado de São Paulo. Uma corrida zen entre as palmeiras imperiais, pau-brasil, palmitos nativos, jacus, marreco, tucanos e vários pássaros que habitam o Jardim Botânico. Chegamos aos 1.602 quilômetros, em cento e quarenta e um dias (desde o primeiro dia de janeiro deste ano). A média está em 11,3 quilômetros por dia. O acumulado desde 1966 está em 73.667 quilômetros. Uma volta ao redor da Terra tem 39.840 quilômetros pela linha do Equador.

Wanderlei de Oliveira

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Melhore seu desempenho profissional praticando esportes


Fazer alguma atividade física pode ser uma ótima saída para evitar problemas de saúde. A prática de esportes disciplina as atividades, regra horários e dá mais disposição para trabalhar.

Desempenho fraco, lentidão nas decisões e falta de criatividade podem ser resolvidos. Muitas empresas estão descobrindo que praticar algum tipo de esporte é uma das saídas mais rápidas e eficientes de recobrar a disposição, a agilidade e o vigor físico que a atividade exige.
A carga horária excessiva e a tensão constante em uma empresa desgastam igualmente executivos e funcionários operacionais.
Segundo o médico Renato Lotufo, especializado em medicina esportiva, fisiologista do Corinthians, comprova que em atividades estressantes há um grande nível de ansiedade e um maior número de pessoas obesas, fatores responsáveis pelo aumento de riscos de problemas cardíacos.

Os esportes mais indicados são os aeróbios, como caminhada, corrida, natação ou ciclismo. Os esportes individuais podem trazer gratificação emocional, porque permite uma avaliação exata do seu desempenho, enquanto um esporte coletivo dá margem ao questionamento de suas habilidades. Lembre-se de que você não é um atleta profissional e, portanto, não saia correndo tudo o que pode hoje, desistindo amanhã. Antes de começar, faça uma consulta a um médico, especializado em esportes ou clínico geral. Ele poderá detectar fatores de risco para orientar algum esporte e contra-indicar outros.

O exercício inadequado pode proporcionar desde problemas musculares até torções sérias de joelho e complicações cardíacas. Os exercícios orientados e acompanhados, por outro lado, fortalecem a musculatura e até diminuem os riscos de infartos.

Optando pela corrida por conta própria, por exemplo, muitos erram na intensidade a ser aplicada. Outro ponto importante diz respeito ao horário escolhido para praticar o esporte desejado. Em princípio não existe restrição. Pode ser pela manhã, no final da tarde ou até na hora do almoço. Recomenda o Dr. Renato Lotufo que o importante é que o horário não seja “atropelado” por outras obrigações e que sejam tomadas às medidas corretas de hidratação se for em um período de calor intenso. A prática de alguma atividade esportiva permitirá, de imediato, um bem-estar e uma maior disposição para as atividades diárias. É muito comum executivos que se iniciam em esportes pararem de fumar e passarem a comer e dormir melhor.

Wanderlei de Oliveira

10 K da Tribuna FM 2008



Santos – A 23a. edição dos 10 K da Tribuna FM realizada no domingo dia 18 de maio é considerada a prova mais rápida do Brasil. 14 mil atletas largaram pontualmente às 9 horas da manha. Calor de 26 graus. Prova plana. Ideal para quebra de recordes, pessoais ou mesmo do circuito. Mas não foi o que aconteceu.
O recorde pertence ao maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, vencedor em 1997 com o tempo de 28min01seg.
Com 28min47seg, media de 2min52seg por quilometro, o queniano Joseph Kibwott Negtich foi o vencedor seguido de seu compatriota Joshua Kiprugut Kemei com 28min50seg. O melhor brasileiro foi Ubiratan José dos Santos com 29 minutos, pelo segundo ano consecutivo.
Entre as mulheres Fabiana Cristine com o tempo de 34min10seg, media de 3min25seg, conquistou o bi-campeonato. A primeira vitória foi em 2000. A queniana Anne Cheptanui Bererwe com 34min20seg, foi a segunda colocada. Na terceira posição a maratonista Márcia Narloch com 34min46seg.

Curiosidades de prova

A organização resolveu prestigiar grandes atletas pelas suas conquistas em provas nacionais e internacionais, convidando-os para serem marcadores de ritmo.
Na faixa dos 40 minutos o responsável em ditar o ritmo foi Luiz Antonio dos Santos, vencedor dos 10 K da Tribuna FM em 1994 e campeão da Maratona de Chicago. José Luiz Barbosa, o “Zequinha” atleta olímpico dos 800 metros, ditou o ritmo para 45 minutos. Para os 50 minutos o ultra maratonista Valmir Nunes, santista, bicampeão mundial dos 100 K. O vencedor da São Silvestre de 1997, Emerson Iser Bem comandou a turma dos 55 minutos e para fechar esse grupo dos famosos, ninguém melhor do que a brasiliense Carmen de Oliveira, campeã da São Silvestre de 1995, após quebrar um jejum de 20 anos de vitórias de atletas do estrangeiro. Carmen ainda detém o recorde brasileiro da maratona (42.195 metros) com 2h27min.

Terceira idade em alto estilo

Um exemplo de vitalidade e regularidade é do maître Oswaldo Silveira de 78 anos que em sua oitava participação na prova, venceu cinco vezes e três vezes foi o segundo colocado.
O mesmo fato ocorreu com o músico Luiz Gonzaga Carvalho, 65 anos, quatro vitórias e quatro segundos lugares.

Marilson Gomes dos Santos é segundo em Nova York

Muitos estranharam a ausência do tricampeão da prova (2003, 2005, 2006) e bicampeão da São Silvestre (2003,2005), porém no sábado dia 17 no Central Park nos 10 K Healthy Kidney chegava em segundo lugar com o tempo de 28min30seg atrás do queniano Patrick Makau (28min19seg). Marilson Gomes campeão da famosa Maratona de Nova York em 2006 viajou a convite da orgazicao e usou a prova como parte de sua preparação para a Maratona dos Jogos Olímpicos de Pequim.

Wanderlei de Oliveira
* essa foi minha 23ª participação consecutiva na prova

Etiópia, tradição de grandes corredores


Em 1960, despontava para o mundo o etíope Abebe Bikila, um negro magro, que corria descalço e surpreendeu o mundo quando venceu a Maratona dos Jogos Olímpicos de Roma, com 2h16min02s, recorde mundial na época.

Atualmente, o maior destaque desse país no atletismo internacional é o bicampeão olímpico dos 10.000 metros (Atlanta 96 e Sydney 2000), Haile Gebrselassie, 35, ex-recordista mundial de pista para os 10.000 metros 26min22s75, média de 2min38s por quilômetro, estabelecido em Hengelo, Holanda, no dia 1º de junho de 1998, e para os 5.000 metros, 12min39s36, média de 2min32s por quilômetro, em Helsinque, Finlândia, doze dias depois.

Em 2002, em Doha, no Catar, registrou o recorde mundial dos 10 km em rua, com 27min02s, recebendo um prêmio de 1 milhão de dólares pela conquista. Esta é uma prova especial para poucos convidados que vão de jatinho particular e ficam hospedados no castelo do xeique. Hoje Gebrselassie tem o segundo melhor resultado nos 21 K (58min55) estabelecido em Phoenix nos Estados Unidos em janeiro de 2006 e, é o atual recordista mundial dos 42.195 metros com 2h04min26seg, conquistados em Berlim, no mês de setembro de 2007.

O título de rei do cross-country pertencia ao queniano Paul Tegat, 38 que foi pentacampeão. O novo rei é Kenenisa Bekele de 25 anos, 1m74 e 66 quilos, que desde 2001 quando ainda era junior, venceu todas as edições do Campeonato Mundial de Cross-Country (6 vezes na categoria adulto). O atleta foi descoberto por Gebreselassie. Bekele foi medalha de ouro nos 10.000 metros (27min05) nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004 e medalha de prata nos 5.000 metros (13min14).Na edição de número 36, realizada ontem em Edimburgo na Escócia, Bekele venceu os 12 quilômetros em grama com 34min38. O melhor brasileiro foi Marilson dos Santos com 37min17, na 54a. colocação. A Etiópia foi campeã por equipes.

Wanderlei de Oliveira

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Linha de chegada


A média dos treinos diários é que determina o resultado de uma maratona.

No Congresso Internacional de Técnicos de corrida de longa distância realizado no Algarve, Portugal, em 1987, do qual tive a oportunidade de participar a convite do português Mário Moniz Pereira, técnico do recordista mundial dos 10 mil metros Fernando Mamede (27min13) e do recordista mundial da maratona Carlos Lopes (2h07min12 em Roterdã 1985), que ainda possui o recorde da maratona olímpica, de 2h09min (Los Angeles 84).

Moniz Pereira dizia o seguinte: se a sua média diária nas rodagens for de 10 quilômetros, seu ponto de quebra de ritmo será na altura dos 30 quilômetros. Ou seja, se você quer correr bem uma maratona, terá que correr nos últimos três meses de preparação um volume semanal na casa dos 100 quilômetros para terminar bem e, "se quebrar", isso irá ocorrer quando cruzar a linha de chegada.

Existem outros parâmetros que são primordiais para ajudar nessa avaliação. Vamos comparar a evolução do consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo), que é a quantidade de oxigênio que seu organismo consegue retirar (absorver) da atmosfera, transportar até a musculatura e utilizar na produção de energia durante a realização de um exercício físico que gradualmente atinge a exaustão. O Paulo de Moraes Barros, que no último 10 K da Track&Field Run Series estabeleceu seu recorde pessoal em 40min30s, pode comprovar isso com um volume semanal superior aos 90 quilômetros. Seu VO2 máximo em teste realizado em 26 de janeiro de 2005, era de 45 ml/kg/min, com velocidade do limiar aeróbio de 12 km/h. No dia 13 de março, chegou a 54,8 ml/kg/min, com velocidade do limiar atingindo 14 km/h. Todos esses exames, desde o seu início, foram realizados no IAFE – Instituto de Avaliação Física do Esporte, acompanhado pelo pioneiro e um dos maiores fisiologistas do Brasil, o médico Renato Lotufo. Para se ter uma idéia, é muito difícil melhorar apenas 1 ponto ml/kg/min do seu VO2 máximo, por ser de ordem genética.

Na Maratona de Roterdã, Holanda, realizada no dia 13 de abril estabeleceu seu recorde pessoal na distância em 3 horas e 19 minutos.
Qualidade de Vida é Saúde. Saúde é movimento!

Wanderlei de Oliveira

Tubaina e mortadela

Em 1983, fui escalado pelo presidente da Federação Paulista de Atletismo, o comendador Evald Gomes da Silva, para representá-lo na Meia Maratona de Itapira, interior de São Paulo. Na ocasião, exercia o cargo de diretor do departamento infanto-juvenil e, a minha missão era acompanhar a prova do carro madrinha (veículo que vai à frente dos líderes) e ao término da prova participar da solenidade de entrega de prêmios.

A Meia Maratona de Itapira era uma das principais corridas do Estado de São Paulo, assim como a Meia Maratona da Independência da Gazeta Esportiva. A prova reunia os principais atletas do Brasil.

Conforme o combinado, lá estava eu se apresentando ao organizador do evento. Porém, na função de técnico da CORPORE – Corredores Paulistas Reunidos, na época, estava com o atleta Edson Bergara. Contrariando o presidente da FPA, resolvi correr a prova, uma vez que começava a treinar distâncias mais longas junto com os atletas da Corpore (a minha prova por vários anos, foi os 400 metros rasos). No início dos anos 80, poucos se aventuravam em corridas longas, e não mais do que cem atletas só “os feras” se perfilaram a linha de largada, dentro do Estádio Municipal de Itapira.

Logo na largada, todos sumiram, mas, não desanimei e fui em frente. Na altura do quilometro cinco, entrávamos pelos canaviais, o piso, uma mistura de terra e areia, subida e descida o tempo todo, e ninguém à frente e muito menos atrás. Chegava o quilometro dez, em um dia de muito sol, e nada de água (na época não tinha postos de água nas provas), mas continuei em frente, até sair do canavial muitos quilômetros depois. Já retornando a cidade, avistei um corredor e num último esforço relembrando os bons tempos de velocista, para tentar não chegar em último e quem sabe abaixo das duas horas, alcancei o corredor, que me falou que estava com cãibras.

Tentando incentivá-lo, falei vamos juntos, achando que o sujeito já estava no prego. O cara se animou e me deixou para trás novamente. Completei a prova em último com 2h10, uma hora depois do vencedor, o Edson Bergara, que já tinha recebido o prêmio. Medalhas, na época, só para os primeiros. Nos quilômetros finais, estava louco por uma sombra e água fresca. Quando cruzei a linha de chegada, um dos organizadores, veio me recepcionar e falou, “guardei um vale refrigerante e lanche para você”, de imediato agradeci. Estou salvo!

Só que ele não falou que os lanches estavam sendo entregues dentro do Ginásio de Esportes na sala de imprensa, último andar. Esfomeado e morto de sede subi os primeiros lances de escadas como se nada tivesse acontecido, porém, algo inusitado me esperava. As malditas cãibras. Parei no terceiro lance me contorcendo de dor e fiquei por ali, até que apareceu um corredor solidário, ou talvez, assustado que pensou que eu estivesse tendo um ataque epiléptico. Quando a dor passou, um outro sujeito, apareceu com o meu lanche e prêmio: - um copo de tubaina e um sanduíche de mortadela.

Wanderlei de Oliveira

Respeito ao corredor

São Paulo (SP) - Momentos antes da largada da oitava edição da corrida e caminhada do GRAACC defronte a Assembléia Legislativa, o diretor técnico da CORPORE – Corredores Paulistas Reunidos Mário Rollo que estava no carro da imprensa que acompanha os líderes, comentou com emoção o “respeito e cultura esportiva” demonstrada pelos atletas de elite, onde não havia cordão de isolamento na largada e também a famosa barreira humana para impedir os mais apressados escaparem antes do sinal.
Isso é um grande avanço, afirmou Rollo.
Pelo segundo ano consecutivo a CORPORE é a responsável pela organização da corrida e caminhada do GRAACC – Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer criado em 1991 pelo médico Sérgio Petrilli, onde toda verba arrecadada é destinada para o Hospital que fica ao lado da Universidade Federal de São Paulo, antiga Escola Paulista de Medicina na Vila Mariana.

A prova

Pontualmente às 8 horas é dada a largada. Sete mil pessoas enfrentam os 14 graus da fria manhã de outono no dia 11 de maio, dia das mães. Logo no primeiro quilômetro, Naval Freitas, Benedito Donizetti Gomes e Adriano Bastos ditam o ritmo da prova que passaram para 2min56seg. Assim foi até quilômetro quatro quando Adriano Bastos assume a ponta, o que durou pouco tempo até Donizetti passar o quilômetro cinco em 15min30seg, aparentemente tranqüilo. Em várias ocasiões Donizetti olhava para trás onde parecia que esperava seu companheiro de treino o Naval Freitas. Assim foi até cruzarem alinha de chegada de mãos dadas em 30min52seg.
Os cinco primeiros quilômetros foram na Avenida República do Líbano próximo ao Parque do Ibirapuera, retornando pela Assembléia Legislativa passando pelo Obelisco em direção ao aeroporto de Congonhas, trecho mais difícil do percurso pela longa subida até o viaduto da Avenida Indianópolis que completaram em 3min20seg.

Parciais e acumulado

O1 Km = 2min56seg / 2min56seg
O2 Km = 3min04seg / 6min01seg
O3 Km = 3min02seg / 9min04seg
O4 Km = 3min20seg / 12min24seg
O5 Km = 3min05seg / 15min30seg
O6 Km = 2min59seg / 18min29seg
O7 Km = 3min22seg / 21min51seg
O8 Km = 3min05seg / 24min54seg
O9 Km = 3min01seg / 27min59seg
10 Km = 3min02seg / 30min52seg

Média de 3 minutos e 03 segundos por quilômetro
Segunda parcial de 5 Km em 15min22seg (split negativo no jargão do corredor)

30min52 – Benedito Donizetti Gomes – M Calçados/Caixa/UNIP
- Naval Freitas – M Calçados/Caixa/UNIP
30min58 – Adriano Bastos - Pão de Açúcar/BM&F/New Balance

Prova feminina

Disputadíssima do início ao fim.
A jovem atleta Flaviana Chung comandou a prova até o último quilometro, quando foi ultrapassada pela corredora Walquiria Martins.
Ao cruzar a linha de chegada em primeiro lugar, Walquiria parecia não acreditar na vitória, devido a sua superação ao longo do trajeto. Essa emoção foi transferida ao abraçar um companheiro de treino na chegada onde caiu em prantos pela conquista mais importante de sua carreira esportiva.

36min42 – Walquiria Milaine Martins – Play Team
36min45 – Flaviana Ferreira Chung – Adauto Domingues Performance
37min09 – Sandra Maria Furtado de Castro – Fundação CESP

Curiosidades do evento

O atleta Benedito Donizetti Gomes é um dos atletas “mais idosos” a vencer uma prova. Aos 47 anos, Donizetti ao cruzar a linha de chegada, ofereceu o resultado a sua esposa e mãe de seu filho e feliz por estar em alto nível nessa idade.
Já o diretor técnico Mário Rollo aos 61 anos esbanja saúde; corredor desde 1976. Na CORPORE iniciou em 1994 levando sua experiência, dedicação e constante aprimoramento no campo da organização técnica. Quando não esta nos eventos, exerce a profissão de dentista, um dos melhores segundo um amigo que é seu paciente.

GRAACC – Combatendo e Vencendo o Câncer Infantil (www.graacc.org.br)

Wanderlei de Oliveira

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Programa Corrida de Rua FPA

FEDERAÇÃO PAULISTA DE ATLETISMO

PROGRAMA CORRIDA DE RUA

Qualidade de Vida é Saúde. Saúde é Movimento.


A Secretaria de Esportes, Lazer e Turismo do Governo do Estado de São Paulo, lança o "Programa Corrida de Rua" no Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, Ibirapuera, São Paulo.

Os treinos serão realizados todas as segundas e quartas-feiras às 6 e às 19 horas.
As atividades de sexta-feira serão feitas no horário das 6 da manhã.

Os interessados devem procurar a Secretaria de Esportes localizada em frente ao Ginásio do Ibirapuera, munidos de duas fotos 3x4, xerox da identidade e atestado médico para fins esportivos, no horário das 9 às 17 horas.

O Programa Corrida de Rua e Qualidade de Vida foi idealizado por Wanderlei de Oliveira, Diretor da Federação Paulista de Atletismo.
A coordenação técnica é da educadora Mônica Peralta.


Um pouco da história

No início de 1980 o comendador Evald Gomes da Silva, então presidente da Federação Paulista de Atletismo, convidou o atleta Wanderlei de Oliveira para desenvolver um trabalho de divulgação da modalidade esportiva, com crianças nas categorias mini-mirim no Estado de São Paulo.
Em 2002, o presidente da Federação Paulista de Atletismo, José Antonio Martins Fernandes, inova e cria o departamento de Corrida de Rua.
A corrida de rua é o esporte que mais cresce no mundo, aja visto o número de corredores e provas realizadas em nosso Estado.
"A Federação Paulista de Atletismo esta crescendo e aprimorando a qualidade técnica em todos os eventos das quais ela participa", afirma José Antonio Martins Fernandes.

Apresentação do Programa Corrida de Rua e Qualidade de Vida

A Federação Paulista de Atletismo convida todos para conferirem as novidades nesta sexta-feira, dia 16 de maio, às 12 horas na sede da FPA na Rua Manoel da Nóbrega, 800 - Paraíso, telefone (11) 3884-1211.

http://www.corridaderuafpa.com.br/


Pegando no pé!

Fique de olho neles. Afinal, sem eles você não vai a lugar nenhum

Existem três formas distintas que são qualificados os praticantes de corrida a pé (porem com tênis) quanto ao modo de pisar no solo (fase de apoio), que são:

Pronadores
- quando o apoio do pé no solo é para o lado interno. Segundo pesquisas do American College of Sports Medicine, mais de 80% dos praticantes de corrida são pronadores.

Supinadores
– quando o apoio do pé no solo é para o lado externo.

Neutro
– quando o apoio do pé no solo é distribuído de forma uniforme.
Nem sempre gastar o sapato ou tênis do lado externo significa que você seja um supinador. Segundo a lei da física e biomecânica (ciência que estuda o movimento do corpo), quando andamos ou corremos, o primeiro contato com o solo é a borda externa do calçado (daí o gasto mais acentuado nessa região). O que caracteriza a forma de pisar é quando transferimos o peso do corpo por completo para o pé de apoio (em contato com o solo). Essa avaliação é mais precisa se for feita por um especialista em biomecânica ou por meio de testes mais complexos, com aparelhos que medem o impacto dos pés no solo e sua distribuição de força e peso.
Tanto os pronadores quanto os supinadores devem manter o hábito constante, antes e após aos treinos, de fazer alongamentos específicos para a região da panturrilha, tendão de Aquiles e tornozelo, como forma de prevenção e de fortalecimento, evitando assim futuras lesões nos pés, tornozelos, joelhos, bacia e até coluna.
Por segurança, use o tênis adequado à sua forma de pisada no solo, para evitar problemas no futuro.

Dicas importantes para a saúde de seus pés

Todo corredor teima em dizer que gosta mais dos tênis velhos.
Aí que mora o perigo.

Larga deu, chulé: quem gosta de coisa antiga é museu, é lá que deve ficar seu velho e surrado tênis. Ou melhor, doe-o para o lixão.

Pé inchado: compre sempre um ou dois números acima do convencional, pois, durante a corrida, os pés incham. Se não houver espaço livre para os mesmos relaxarem, pode ocorrer a perda de várias unhas, o que não é nada agradável.

Dê um tempo: cada tipo de tênis, independentemente de marca ou sistema de absorção, demora em média 48 horas para voltar ao normal seu sistema de amortecimento. O impacto de cada pé no solo corresponde ao triplo do peso de seu corpo em percurso plano, chegando a quadruplicar na descida (por exemplo: para uma mulher de 50 quilos, o impacto no solo durante a corrida corresponde a 150 quilos de carga em cada pé). Por isso, tenha sempre no mínimo 4 pares de tênis superacolchoado e em bom estado para revezá-los.

Pisando nas nuvens: sinta o conforto de um modelo novo e acolchoado. Você vai se sentir correndo nas nuvens. Tenha o cuidado de amaciá-los antes de uma prova longa, pois poderá se sentir “pisando em brasas”.

No bagaço: o tempo de vida útil de cada tênis é de aproximadamente 500 quilômetros. Não use além dessa quilometragem, que poderá acarretar sérios problemas ortopédicos, podendo até interromper a prática do esporte.

Peso leve - tênis de competição, como o próprio nome já diz, é somente para ser usado em provas e treinos técnicos em pista de atletismo (jamais deve ser usado em treinos de rodagem ou mesmo para o aquecimento antes dos treinos de pista ou competições). Esse tipo de tênis foi criado para alta performance, sendo recomendado apenas para atletas que desejam obter resultados de alto nível técnico. Portanto, seu uso é adequado para pessoas de até no máximo 65 quilos. Existem no mercado tênis que suprem essa necessidade para corredores (as) que estejam acima desse peso, e que exercem a mesma função. São chamados T/C - treino e competição, porém muito mais acolchoados.

Unha de gavião
- mantenha as unhas dos pés sempre aparadas (semanalmente ou no máximo a cada 10 dias). Mesmo com uma proteção extra na frente dos tênis, se as unhas estiverem longas, elas podem ficar sensíveis com a pressão dos pés dentro dos tênis durante a corrida.
Batendo uma bolinha: fazer massagem com bolinha de tênis ou de borracha todos os dias é uma forma eficaz de relaxamento dos pés. Eles vão agradecer.

Wanderlei de Oliveira

A vida começa aos 60 anos

Engana-se quem pensa que existe uma idade para começar a correr.

Estudos realizados por especialistas em medicina esportiva demostram que a corrida é uma atividade que não tem prazo para iniciar.

Existem muitos casos de pessoas que começaram a treinar quando já tinham 40, 50 e até 60 anos, e hoje são capazes de correr uma maratona (42.195 metros).

Por isso a idade não é desculpa. É preciso somente algumas precauções iniciais que a corrida pode se tornar um grande aliado.

No Brasil, temos algumas idéias estranhas sobre a maneira correta de como as pessoas mais “velhas” devem se comportar.

Quando assistimos aos jogos de futebol, é muito comum escutarmos os comentários a respeito dos jogadores que já passaram dos 30 anos: “vejam o vovô Romário”. Dizem que estão velhos e que deveriam pendurar as chuteiras.

Por diferentes motivos, as pessoas com mais de 40 anos são encorajadas a reduzir ou eliminar toda e qualquer atividade física, e que o ideal é quanto menos se mexerem melhor. Completamente errado.

Pesquisas recentes realizadas pelo Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM), demonstraram que a produtividade de homens e mulheres acima de 50 anos que seguem um programa de corrida orientados individualmente de acordo com as suas características e necessidades, são superiores aos mesmos indivíduos da faixa etária inativos (sedentários).

É um erro achar que se ganha tempo ao parar a atividade física para se dedicar por completo ao trabalho. Além de perder produtividade, ganha-se stress, obesidade, ansiedade.

Os ganhos para quem começa uma atividade física, como a corrida, são perceptíveis em diversos níveis. Há uma mudança visual: a aparência fica mais disposta e o corpo ganha uma nova estrutura. São os sinais externos de uma alteração biológica:

· há uma comprovada redução da taxa de gordura do corpo;
· melhoria da tensão nervosa e ansiedade;
· baixa da pressão sangüínea;
· melhoria da condição cardiovascular, entre outros.

Mas o começar a correr não é somente colocar um calção e um tênis nos pés. É muito mais importante, em qualquer idade, seguir alguns cuidados essenciais:

1.É necessário um check-up clínico, ortopédico, dentário e oftalmológico;

2.Avaliação física específica, com eletrocardiograma de esforço (acompanhado por médico especializado em medicina esportiva);

3.Teste de biomecânica dos movimentos, realizado em esteira (para determinar qual o tipo de tênis mais apropriado para a prática da corrida);

4.Teste de capacidade aeróbia (acompanhado por um técnico especializado e com experiência comprovada em corrida de longa distância).

Ao longo de mais de 28 anos acompanhando ex-sedentários, homens e mulheres, na grande maioria acima dos 40 anos, tenho observado as seguintes reações dessas pessoas que adquiriram uma excelente condição física com a corrida:

· Autoconfiança, melhorando a imagem de si mesmas;
· Dormem melhor e têm um sono mais tranqüilo;
· Têm maior disposição para o trabalho;
· Alimentam-se melhor, têm melhor digestão e menos problemas de gases estomacais.

O que mais tem me chamado a atenção em relação aos “idosos” que correm não é a saúde em si, mas o fato de simplesmente se sentirem melhor e terem mais disposição no dia-a-dia. Mais até do que muitos jovens.


Wanderlei de Oliveira